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30/07/2013 às 21:50
Equipe será formada por psicólogos e assistentes sociais e atuarão todos os dias
BRASÍLIA (30/7/13) – As 2,5 mil pessoas em situação de rua do Distrito Federal serão beneficiadas, a partir de hoje, com o lançamento do programa “Cidade Acolhedora”, um serviço de abordagem social especializado formado por 28 equipes que atuarão todos os dias de 10h as 22h.
“Vamos fazer uma abordagem com carinho, por cinco pessoas treinadas, sendo que uma delas é regressa da rua e sabe qual linguagem deve ser usada para o acolhimento digno e carinhoso dessa população”, explicou o governador do DF, Agnelo Queiroz durante cerimônia no Palácio do Buriti.
Ao todo, 164 pessoas atuarão no programa em dois turnos: psicólogos, assistentes sociais, facilitadores – pessoas provenientes das ruas – e utilizarão Kombis, equipadas com GPS, para chegar a todas as regiões.
O objetivo do programa “Cidade Acolhedora” é realizar o cadastramento dessa população e garantir benefícios como reinserção familiar e no mercado de trabalho, retorno aos estados de origem, tratamento de drogadição na rede pública de Saúde, acesso à documentação civil e inclusão no Cadastro para Programas Sociais.
“Este é um problema social grave que deve ser enfrentado e por isso essa não é uma ação eventual, mas uma política pública de estado”, complementou o chefe do Executivo regional.
DIGNIDADE – Uma das participantes do programa é a facilitadora Ana Clara Rodrigues, 46 anos, que já foi usuária de drogas e moradora de rua.
“Fiquei no fundo do poço por quatro meses. A gente perde a dignidade, o pudor. É uma situação muito difícil, você fica com vergonha de voltar para casa, com medo do julgamento das pessoas”, disse.
O convite para fazer parte da iniciativa surgiu durante o tratamento contra o vício, que durou sete meses.
“Estou me fortalecendo a cada dia e acredito que sou exemplo vivo de que dá certo, que é possível superar as dificuldades. Quero dar esperanças para as famílias e mostrar para a sociedade que, com cuidado, amor e assertividade, é possível ajudar as pessoas que estão na rua”, reforçou.
A proposta é fazer as abordagens inclusive durante a noite e permitir intervenção em casos de exploração sexual comercial de crianças e adolescentes.
“Qualquer cidadão que perceber uma situação de risco deve ligar para o 156, opção 1 e, se quiser, pode deixar os contatos para receber um retorno no dia seguinte. Como os veículos são equipados com GPS, saberemos se há alguma equipe próxima à ocorrência e fazer a abordagem”, argumentou o secretário de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda, Daniel Seidel.
O investimento chegará a R$ 6 milhões por 12 meses, conforme convênio assinado com a associação Casa Santo André.
O DF foi a primeira unidade da Federação a aderir à Política Nacional para a População em Situação de Rua e em seguida foi instalado o Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento, composto por representantes da sociedade civil e do governo.
A região tem, ainda, dois Centros de Referência Especializado para a População em Situação de Rua (Centro POP Brasília), um na 903 Sul e outro em Taguating, para oferecer moradia, higiene pessoal, lavagem de roupas e guarda de pertences e atendeu em um ano 100 pessoas por dia.
(I.F/T.V)