20/08/2013 às 22:21

Polícia Civil prende suspeitos de atear fogo em moradores de rua no Guará

Dois menores de idade e um jovem de 18 anos confessaram o crime, que teria sido premeditado

Por Helton Oliveira, da Agência Brasília

GUARÁ (20/8/13) – Dois adolescentes e um jovem de 18 anos foram detidos suspeitos de atear fogo em quatro moradores de rua no Guará, no último dia 1°, e, segundo a Polícia Civil, confessaram ter cometido o crime de forma premeditada por causa de uma vingança.

 

“Segundo verificamos, a justificativa da menina é que dias antes um desses moradores de rua tentou assaltá-la, aí, por vingança, ela reuniu dois amigos e teve toda a ideia”, explicou hoje a delegada-adjunta da Criança e do Adolescente I, Viviane Bonato, que interrogou os dois adolescentes.

 

Os menores de idade são uma menina de 17 anos e um rapaz de 15, moradores do Guará, de classe média, assim como o maior de 18 anos.

 

Segundo o delegado responsável pelas apreensões, Jeferson Lisboa, os três admitiram ter usado entorpecentes no dia do ataque.

 

Imagens do circuito interno de um posto de gasolina da cidade mostram o trio comprando o combustível instantes antes do crime. O grupo arremessou o líquido inflamável sobre os moradores de rua e fugiu.

 

Um dos desabrigados, Edivan da Lima Silva, 48 anos, teve 63% do corpo queimado e morreu dois dias depois no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), já os outros três conseguiram acordar e correr antes das chamas crescerem, e não ficaram machucados.

 

Em depoimento, a menina confessou ter jogado o combustível e disse que um dos rapazes ateou o fogo. “Mas acabou que o morador do qual ela queria se vingar nem foi o que morreu”, explicou Bonato.

 

Os menores foram apreendidos na semana seguinte ao crime, mas os detalhes da investigação só foram liberados pela polícia hoje, após a prisão do acusado maior de idade, o último suspeito, que responderá pelo homicídio triplamente qualificado.

 

Os adolescentes estão internados à espera de julgamento na Vara da Infância e da Juventude, que tem 45 dias para decidir se eles cumprirão medida socioeducativa de até três anos de internação.

 

Eles respondem pelo ato infracional análogo ao homicídio com as mesmas três qualificantes do maior: crueldade, motivo torpe e emprego de fogo.

 

(H.O/J.S)