01/09/2013 às 19:38

População prestigia “Festa do Morango de Brazlândia”

Expectativa é que 250 mil pessoas passem pelo evento até o próximo domingo

Por Valéria Rodrigues, da Agência Brasília


. Foto: Brito/01/09/2013

BRAZLÂNDIA (1/9/13)- Moradores e visitantes de Brazlândia aproveitaram o domingo ensolarado para conhecer, almoçar e provar sorvetes, bombons, geleias e licores na 18ª “Festa do Morango”, que este ano espera receber 250 mil pessoas nos seis dias de evento.

“É a primeira vez que a gente vem ao evento. Ouvimos as pessoas falarem que é típico da região e a gente veio conhecer. Achei maravilhoso, bem organizado e as receitas com morango são bem atrativas”, disse hoje Sócrates Pereira Costa à Agência Brasília, enquanto sua companheira, Líria Daniela, saboreava um sorvete.

O casal Alene e Nelson Namba, que mora em Taguatinga, há quatro anos acompanha a festa –ao lado dos dois filhos e do sobrinho, disseram que esta edição está muito mais movimentada e que se surpreenderam com a quantidade de pessoas circulando.

“A festa está muito cheia e a estrutura tá maior. Parece que tem melhorado ao longo dos anos. A gente veio para almoçar e vai comprar uns morangos antes de voltar para casa”, disse Alene.

A filha, Helena, emendou: “Eu comi e comprei coisinhas”, ao que a mãe emendou que a menina adora a feira e as pulseiras que são vendidas no local.

A expectativa é que o movimento nesta edição seja superior ao do ano passado, quando o público chegou a 200 mil pessoas.

“Acreditamos que vai chegar a 250 mil visitantes nesses seis dias. Hoje, por volta das 13h, tinha fila para o estacionamento”, disse a economista doméstica da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), Sônia Alves Lemos.

“O público está surpreendente, muito boa a divulgação da festa e muitos atrativos, além dos morangos, das receitas com morangos, muitas comidas da região”, afirmou o secretário de Agricultura, Lúcio Valadão.

O titular da pasta acredita que todo o movimento terá um impacto econômico para a área rural: “Eu não tenho números, mas tenho certeza que deve ter um impacto bom para o pessoal que trabalha na festa, além dos produtores”.

A visitante Miriam Braga, que mora em Brasília, disse que a festa estava muito agradável, mas que não gostou do preço do morango – ainda assim, deixou o evento com nove caixas, com quatro bandejas em cada uma delas.

“Para conseguir comprar por cinco reais, preciso levar três caixas. Quando unitário, o preço vai de R$ 6 a R$ 8. Vamos levar morango para fazer sobremesas para a família toda, que é bem grande, somos 15 pessoas”, declarou.

PRODUÇÃO – A festa começou para fomentar a venda de morangos da região e hoje ajuda a divulgar toda a produção local, que inclui diversas hortaliças, leguminosas e tubérculos.

“Brazlândia é um polo produtor, 34% do que é produzido no DF sai da cidade”, disse o gerente local da Emater, Rodrigo Teixeira Alves.

Ele explicou que a região tem 150 hectares de morango que produzem 5.250 toneladas e representam cerca de R$21 milhões para a economia da região, “mas tem todas as hortaliças, que são sempre produzidas, durante o ano todo”.

Entre os produtores que aproveitam a festa para comercializar a fruta in natura e pasteurizada, está a família de Kayomi Saiki Harada, que durante os seis dias do evento comercializa entre 1,5t e 2t de polpa.

Filha de produtores de morango de Atibaia (SP), ela e o marido abriram uma pequena indústria em Brazlândia: “A festa motiva a gente a estar na roça porque a gente sabe que vai trazer renda”.

Segundo ela, o trabalho é constante, e mal termina a festa a família começa a se preparar para a edição do ano seguinte – além disso, com a profissionalização da produção, conseguiram aumentar o lucro, ao comercializar diretamente com lanchonetes e restaurantes.

EMATER-DF – A empresa tem um estande na festa onde os produtores expõem produtos diversos, como alimentos processados (doces, conservas, temperos), in natura, produtos de panificação, mel e muito artesanato.

“A gente ensina a agregar valor ao produto. A fruta fresca não tem um valor muito alto, mas quando se faz o licor, por exemplo, agregou valor ao produto”, disse a economista Sônia Alves Lemos.

A coordenadora de agroindústria rural, Sônia Cascelli, explicou que a empresa ensina técnicas de produção e processamento de alimentos, assessora a organização e incentiva a profissionalização.

“Na área de alimentos, por exemplo, há curso de processamento, como fazer queijo, geleia, pães de produtos típicos da agricultura familiar, que são abóbora, mandioca, cará, beterraba, cenoura, como fazer defumados etc”, relatou.

Além disso, há a orientação quanto à importância de atender as recomendações dos órgãos de vigilância para manter a qualidade.

“Todos os produtos comercializados têm um selo de inspeção da Secretaria de Agricultura, que garante melhor qualidade higiênico-sanitária”, disse.

A agricultora Kayomi Saiki Harada confirma que a fiscalização é constante e que os produtos com o selo seguem as determinações de serem 100% naturais e sem água: “Estamos há quase 20 anos produzindo e sempre precisamos nos adaptar”, arrematou.

(V.R/T.V)