12/09/2013 às 21:59, atualizado em 12/05/2016 às 17:53

Plano de enfrentamento às drogas no DF completa dois anos

Nesse período, mais de 250 mil jovens foram orientados, e outros 2 mil, internados para tratamento

Por Fábio Magalhães, da Agência Brasília


. Foto: Hmenon Oliveira – 12/09/2013

BRASÍLIA (12/9/13) – O “Plano Distrital de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas”, política pública vigente há dois anos no Distrito Federal, tornou-se referência no país tanto na prevenção quanto no tratamento a dependentes químicos – 253,8 mil jovens receberam orientações em mais de 1,7 mil palestras durante o período.

 

“O DF é referência, e estados como o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul, inclusive, querem adotar programas nossos. Evoluímos bastante nesses dois anos e temos muito para fazer no enfrentamento às drogas”, destacou hoje o secretário de Justiça, Alírio Neto.

 

Segundo relatório formulado pela pasta, além dos trabalhos voltados ao público jovem, outras 100 mil pessoas também participaram de ações educativas nas principais estações do transporte público local, e foram entregues mais de 350 mil cartilhas com orientações à população.

 

Na parte de tratamento, de agosto de 2011 até hoje, foram criadas 212 vagas para a internação, e 130 estão em processo de contratação.

 

Ao todo, nesses dois anos, 2 mil pessoas foram internadas, e, atualmente, 217 permanecem livres das drogas (sem recaídas), o que, segundo Neto, está dentro da média nacional.

 

Ainda na assistência aos dependentes químicos, o GDF disponibiliza atendimento ambulatorial e acompanhamento nos 10 Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) instalados em diversas localidades, como o da Rodoviária do Plano Piloto, onde, há nove meses, o pedreiro Antônio Adailton, 31 anos, recebe auxílio para deixar o vício do alcoolismo adquirido aos 13 anos.

 

“Antes de vir ao CAPs, eu bebia todos os dias, e um litro não era suficiente. Sou casado, pai de uma menina de 6 anos, e todos sentem orgulho de mim agora que comecei a me tratar aqui”, contou Adailton à reportagem ao lembrar que, em momentos extremos, ingeriu álcool de uso doméstico e etanol.

 

No CAPs, Adailton recebe atendimento feito por uma equipe multiprofissional e participa de atividades lúdicas, como a oficina de artesanato, da qual participa também a técnica em informática Deuselina Soares, 57 anos, mãe de uma paciente acolhida pela unidade.

 

Deuselina faz o acompanhamento há três meses, desde que a filha passou a ser atendida pelos profissionais do CAPs, e nesse tempo recebeu orientações para lidar melhor com a situação na família.

 

“Vim para cá desde que a minha filha pediu ajuda para largar das drogas e vejo, hoje, que o CAPs é um escapamento muito importante. Aqui é onde aprendo como me relacionar com ela, é onde ocupo a mente com as atividades, é onde me esqueço do tempo e encontro ajuda”, destacou à Agência Brasília.

 

O CAPs funciona todos os dias da semana; interessados em receber atendimento devem procurar uma das 10 unidades instaladas em diversas regiões administrativas. Os serviços prestados também se estendem aos familiares de dependentes químicos.

 

(F.M/J.S)