06/10/2013 às 21:49

Disque Racismo tem mais de 5 mil ligações em seis meses

Telefone 156, opção 7, se consolidou como ferramenta para denúncia de práticas discriminatórias por causa da raça ou etnia

Por Da Redação, com informações da Secretaria de Igualdade Racial

 BRASÍLIA (6/10/13)- Criado em março pelo Governo do Distrito Federal (GDF), o Disque Racismo (156, opção 7), recebeu 5.558 ligações até setembro, das quais 77 foram caracterizadas como casos de racismo e 14 renderam denúncia presencial na ouvidoria da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepir/DF).

 

“Os números revelam que as pessoas estão sendo encorajadas para registrarem as denúncias discriminatórias étnico-raciais. A vítima de racismo deve comparecer em uma delegacia e registrar Boletim de Ocorrência, (mas) também é importante ligar para o Disque Racismo”, avaliou a ouvidora da Sepir, Jacira Silva.

 

A ouvidora esclarece que o atendimento pelo 156 opção 7 funciona das 7h às 19h, de segunda a sexta-feira, e que ainda é possível enviar email para ouvidoriaracial.sepirdf@gmail.com ou comparecer presencialmente na Ouvidoria da pasta, no Anexo do Palácio do Buriti, 8º andar.

 

“Assim, a nossa Ouvidoria encaminha o caso para o Núcleo de Enfrentamento à violência do Ministério Público do DF. Oferecemos também protocolo de atendimento para que o denunciante acompanhe o andamento do caso”, acrescentou.

 

O Disque Racismo do DF é uma ação pioneira no país e atende às populações negra, indígena, cigana, bem como às comunidades tradicionais de matriz africana, com acompanhamento que vai além do registro da denúncia.

 

“Fechamos parceria com a OAB para prestar orientação jurídica aos casos atendidos pelo 156 e com a Defensoria Pública do Distrito Federal conseguimos atendimento psicossocial às vítimas de racismo”, revelou o secretário de Igualdade Racial, Viridiano Custódio.

 

Pelo Código Penal Brasileiro, injúrias motivadas por elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência podem render ao acusado prisão de 1 a 3 anos, além de multa.

 

O próximo passo, segundo Custódio, é a implantação de delegacia especializada em crimes raciais no DF. “Conseguimos a proposta da criação de quatro núcleos de atendimentos às ocorrências de racismo, mas vamos continuar lutando pela delegacia”, revelou.

 

MAIORIA– Dados divulgados pela Codeplan revelam que mais de 57% da população do Distrito Federal se declara negra, e a companhia prepara um estudo específico para mapear a população indígena e cigana do DF.

 

Já números da Secretaria de Segurança mostram que, em 2012, foram registradas 402 ocorrências de práticas discriminatórias em delegacias do DF, sendo 402 de injúria e sete de racismo.

 

(H.O./M.D.)