Serviço da Secretaria da Saúde do DF registrou 2.156 ocorrências com crianças neste ano

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29/12/2013 às 20:21

Riscos de acidentes domésticos com crianças aumentam nas férias

Serviço da Secretaria da Saúde do DF registrou 2.156 ocorrências com crianças neste ano

Por Da Secretaria da Saúde


. Foto: Divulgação

BRASÍLIA (29/12/13) – Para as crianças, o período de férias é sinônimo de rotinas flexíveis e brincadeiras. Mas como passam mais tempo em casa, nessa época os acidentes domésticos que envolvem crianças aumentam.
 

De janeiro a novembro, o Centro de Informações Toxicológicas da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES/DF) registrou 2.156 atendimentos envolvendo crianças com até 4 anos de idade, que representam 48,05 % de um total de 4.487 atendimentos.
 

Nessa idade, as crianças costumam colocar qualquer coisa na boca, não sabem ler se o produto é perigoso, são curiosas, imitam os adultos e podem encontrar produtos tóxicos em todos os locais da casa, em lugares baixos como gavetas, na dispensa e em armários embaixo da pia da cozinha ou do banheiro.
 

De uma forma geral, tudo que ela alcançar, tocar ou ingerir poderá causar acidentes como trauma, queimadura, choque, afogamento, picada por animais peçonhentos (escorpião, cobra, aranha) ou intoxicação exógena, ou seja, envenenamento por produtos químicos, medicamentos, produtos de limpeza, entre outros.
 

Sandra Silva, coordenadora do Centro de Informação Toxicológica (CTI), explicou que os acidentes com produtos tóxicos ocorrem geralmente com aqueles usados rotineiramente para limpeza, higiene pessoal, tratamento de alguma doença e inseticidas. Segundo a coordenadora, nem sempre são tomados os devidos cuidados para evitar o acesso da criança a esses produtos.
 

O reaproveitamento de frascos de refrigerantes para acondicionar produtos de limpeza é uma das principais causas da intoxicação por ingestão de líquido tóxico. “Além de evitar colocar produtos de limpeza nesses vasilhames, os pais não devem deixar ao alcance das crianças produtos que contenham soda cáustica em sua fórmula, bem como demais produtos de limpeza”, observou a coordenadora, já que alguns produtos, se ingeridos, podem causar danos irreversíveis à criança.
 

No período das férias, os acidentes graves acontecem em razão do descuido ou da falta de informações dos pais. Sandra ressaltou que “a criança não muda e as fases de seu desenvolvimento também não. O que tem que mudar são as atitudes dos pais ou dos cuidadores para a prevenção das intoxicações”.
 

Entre os agentes tóxicos comumente presentes no ambiente doméstico, os raticidas clandestinos como o chumbinho, produtos químicos como bases e ácidos fortes, solventes e os medicamentos são os mais relacionados às intoxicações graves em crianças. Entretanto, o pronto-atendimento em um serviço de saúde, a aplicação das medidas corretas de descontaminação e o tratamento suporte e sintomático tornam todas as intoxicações decorrentes do uso dessas substâncias passíveis de tratamento, evitam o óbito e reduzem sequelas.
 

Os riscos estão em todos os ambientes domésticos, e os pais devem ficar atentos.
 

Quando suspeitar de intoxicação em crianças:
 

– Mudança repentina de comportamento, com atitudes estranhas.
 

– Queimaduras ou manchas ao redor da boca ou na pele.
 

– Respiração ou hálito com cheiro estranho.
 

– Salivação abundante ou espuma na boca.
 

– Dor ou queimação na boca, garganta, dor abdominal, náusea, vômito, diarréira.
 

– Respiração anormal, falta de ar.
 

– Suor ou tremores intensos.
 

– Agitação ou sonolência.
 

– Embalagens de remédios, restos de produtos ou pedaços de plantas perto delas podem ser suspeitos.
 

O que fazer se uma criança se intoxicar:
 

– Manter a calma
 

– Ligar para o CIT 0800 644 6774 ou Corpo de Bombeiros 193.
 

– Não provocar vômito, a não ser que tenha sido orientado para isso.
 

– Guardar a embalagem ou bula, restos da substância ou material vomitado, para facilitar a identificação pelo médico.
 

– Não dar leite. Ele não tem função antiveneno e, em alguns casos, favorece ainda mais a absorção do produto tóxico.
 

– No caso de ingestão de alguma planta, leve-a junto com a criança, para ajudar no diagnóstico.
 

– Se o contato com produtos químicos for pelos olhos, lave-os com bastante água durante pelo menos 15 minutos e procure com urgência atendimento especializado.
 

– Em caso de picadas de animais peçonhentos, apenas lavar o local da picada com água e sabão e procurar imediatamente um serviço de saúde.
 

Dicas de como prevenir acidentes domésticos:
 

– Mantenha todos os produtos em sua embalagem original, guarde-os em armários fechados, preferencialmente com chave e fora do alcance das mãos e dos olhos das crianças de modo a não despertar sua curiosidade e manipulação. Guarde-os longe dos alimentos e dos medicamentos;
 

– Conheça todos os produtos que existem em sua casa, não armazene substâncias desnecessárias. Não guarde restos de medicamentos, produtos químicos velhos, vencidos e/ou sem rótulos;
 

– Fique sempre de olho nas crianças, principalmente quando estiverem muito quietas;
 

– Nunca dê as costas a uma criança quando ela tem ao seu alcance algum produto. Se o telefone ou a campainha tocar, leve a criança (ou o produto) com você;
 

– Nunca deixe produtos venenosos sem a devida atenção enquanto você os manipula, pois, em alguns segundos de desatenção, pode ocorrer uma intoxicação;
 

– Pílulas coloridas, embalagens e garrafas bonitas, brilhantes e atraentes, odor e sabor adocicados despertam a atenção e a curiosidade natural das crianças. Não estimule essa curiosidade;
 

– Quando adquirir um brinquedo para a criança certifique-se que ele é atóxico, ou seja, não contém componentes tóxicos.
 

Em caso de dúvidas ou intoxicação o número do CIT é 0800 644 6774. Para pedido de socorro disque 193 ou 199.

(T.V*)