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05/02/2014 às 19:41
Ao todo, 550 famílias de áreas rurais do DF recebem incentivos do governo para produção agrícola
BRASÍLIA (5/2/14) – A possibilidade de mudar de vida com o auxílio de programas sociais tem feito muitas pessoas do Distrito Federal, que estavam à beira da extrema pobreza, sonhar com dias melhores. A volta por cima é hoje uma realidade para as 550 famílias da zona rural assistidas pelo “DF sem Miséria”, programa do GDF voltado à assistência social, que tem se destacado, principalmente, na inclusão produtiva.
Longe do centro da capital e de todos os recursos oferecidos na área urbana, a agricultora Celma da Silva Almeida, 38 anos, moradora do Núcleo Rural Boa Esperança, em Ceilândia, tem sentido os efeitos dos investimentos do GDF nas políticas sociais para o desenvolvimento familiar.
Moradora dessa área rural desde que nasceu, Celma possui grande intimidade com os assuntos do campo, mas, por ter pouco capital para investimento na pequena lavoura, sua renda mensal, somada à do marido, de 48 anos, não ultrapassa R$ 500. A esse valor são acrescentados outros R$ 200 do “Bolsa Família”.
Apesar de conseguir cerca de R$ 700 por mês para o sustento da casa –e principalmente para a compra de remédios, já que ela e o companheiro precisam de medicamentos contínuos- quase nunca sobra dinheiro para injetar na lavoura, de onde vem o principal sustento da família.
A difícil realidade, no entanto, mudou para melhor desde o fim do ano passado, quando a família se tornou beneficiária do “DF sem Miséria” e recebeu R$ 2,4 mil, em três parcelas, sendo que a última deve ser recebida até abril e já tem destinação certa: a compra de sementes e canos para a irrigação.
“Sempre trabalhei na roça e este ano, por problemas de saúde e principalmente por falta de dinheiro, não iria plantar. Esse dinheiro chegou em boa hora e me ajudou bastante. Com ele, pudemos comprar, por exemplo, bomba de irrigação, sementes e adubos”, explicou a trabalhadora rural.
Com o investimento, conforme lembrou Celma, foi possível melhorar a produção de quiabo, feijão, milho, pimentão e pimenta de cheiro, na propriedade da sogra, já que a sua, que tem menos de um hectare, é pequena para o plantio –mesmo assim possui pequenas culturas.
Além da verba destinada pelo GDF, o acompanhamento feito por técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) foi determinante para que o cultivo melhorasse neste ano. Agora, Celma, que vende suas verduras na Feira do Produtor de Ceilândia, espera colher bons resultados.
“Vendemos uma caixa de quiabo por R$ 25, em média. Nosso sonho é arrumar a casa, por fora e por dentro. Vendendo umas caixas a mais conseguiremos fazer isso. Com boa vontade e bom coração, Deus nos ajuda”, frisou a agricultora, que pretende expandir as lavouras cada vez mais.
BATALHADORES – Também moradores de Ceilândia, no Núcleo Rural Córrego das Corujas, distante cerca de 4km do Setor Habitacional Sol Nascente, a família do agricultor Manoel Antônio dos Santos, 53 anos, está mudando suas condições financeiras.
Ajudado pelo “DF sem Miséria”, ele recebeu duas parcelas dos R$ 2,4 mil e logo investiu, por orientação da Emater, na criação de peixes, uma experiência nova em sua vida de agricultor.
“Compramos lona plástica, pagamos para cavar o tanque e começamos a criar 300 peixes que poderemos vender daqui a seis meses. Também plantamos milho, feijão e mandioca, tudo para nosso consumo”, orgulha-se o produtor.
Cearense de Crateús, Santos possuía residência no Riacho Fundo II. Em 2005, vendeu o imóvel e adquiriu a propriedade de pouco mais de 2 hectares, em Ceilândia, onde cultiva seus alimentos e leva vida simples.
Beneficiário do “Bolsa Família” e do “DF sem Miséria”, ele destacou que as condições de vida antes dos dois programas era difícil. Agora, com o incentivo do governo, ele tem a chance de desenvolver atividades que geram renda, aumentam a qualidade de vida da família e possibilitam a realização de um grande sonho.
“Nunca tínhamos pensado que teríamos essa melhora de vida nem que criaríamos peixes. Com essa ajuda do governo podemos tocar nosso trabalho e juntar um dinheiro para comprar um meio de transporte”, revelou Marta Maria dos Santos, esposa do agora piscicultor Manoel Santos.
O valor recebido por essas famílias é apenas um dos braços de atuação do “DF sem Miséria”, voltado à inclusão socioprodutiva. Trata-se de um fomento à produção agrícola, à criação de animais, de forma a impulsionar pequenos negócios para que os agricultores carentes tenham mais renda.
O PROGRAMA – O “DF sem Miséria” estabelece ações integradas e articuladas de diversas políticas públicas do GDF. Executadas pelas secretarias de Estado e empresas públicas, essas ações têm o objetivo de reduzir as desigualdades sociais e superar a extrema pobreza, por meio da inclusão produtiva, geração de renda e emprego, e do acesso a serviços e benefícios.
“Com o “DF sem Miséria” suplementamos o programa “Bolsa Família” e concedemos uma complementação às famílias pobres. Essa é uma ajuda perceptível nas comunidades”, acrescentou Magdalena Queiroz, subsecretária Extraordinária do “DF sem Miséria” e Projetos Especiais, da Sedest.
Levantamento do governo aponta que população pobre do DF é de 139,7 mil pessoas. Outras 46,5 mil, que residem em 12,5 mil domicílios, saíram da situação de extrema pobreza, graças aos programas sociais do GDF.
“Conseguimos atender a totalidade dessas famílias. Nós as identificamos, fizemos ação de busca ativa, e as assistimos”, explicou a subsecretária.
(F.M./M.D/I.M.*)