Blocos de rua inovaram este ano com trajes multicoloridos

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Blocos de rua inovaram este ano com trajes multicoloridos

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01/03/2014 às 21:37

Mamãe Taguá e Àsé Dúdú reúnem cinco mil foliões na Praça do DI

selo carnaval 2014

Blocos de rua inovaram este ano com trajes multicoloridos

Por Kelly Ikuma, da Agência Brasília


. Foto: Mary Leal

 TAGUATINGA (1/3/14) – A largada para o carnaval de Taguatinga foi dada neste sábado (1º) com o batuque dos tradicionais blocos Àsé Dúdú e Mamãe Taguá. Centenas de foliões se concentraram em pontos distintos da cidade e se uniram horas mais tarde em uma grande festa na Praça do DI. A estimativa dos organizadores é que mais de cinco mil pessoas participem da folia, que volta às ruas na segunda-feira (3).

 

Ao som de antigas marchinhas mescladas com maracatu e samba de roda, o Mamãe Taguá começou a folia, às 15h, na CNB 14 e agregou mais foliões ao longo do percurso, rumo à Praça do DI. Os tradicionais bonecos gigantes, que já fazem parte da história do bloco, fizeram a alegria principalmente da criançada, ao lado de integrantes com pernas de pau e o famoso Raí Tec Jack, jegue moderno, que tem caixas de som de alta potência acopladas.

 

As primas Maria Isabele e Linda Emily Araújo, de 10 e 8 anos respectivamente, rodopiaram suas fantasias de baianas em todos os brinquedos infláveis montados na praça. “Minha mãe vestiu a gente, mas acho muito calor brincar com essa roupa. Gosto muito de vir aqui todo o carnaval para poder me divertir”, disse a mais velha.

 

A grande novidade deste ano é a transmissão online do carnaval no site do bloco www.mamaetagua.org. “Essa é a primeira vez que vamos fazer essa operação on-line. Os testes serão feitos na avenida mesmo com celular e filmadora e esperamos que o público, que hoje deve ser de pelo menos três mil pessoas, gostem da inovação porque estamos muito empolgados”, afirmou o presidente do bloco, Jorge Cimas.

 

Assim que chegaram ao destino final, os organizadores começaram a distribuição dos abadás aos foliões, que logo em seguida foram atrás das bandas e fizeram o percurso de duas voltas na praça como é de costume. “Este ano contamos com a presença da charanga da Escola de Samba Capela Imperial, que trouxe ainda mais alegria ao nosso carnaval com seu batuque”, declarou Cimas.

 

Já na Praça do DI, os mais de 600 integrantes do Àsé Dúdú, entre cantores, capoeiristas e dançarinos afros, faziam a alegria dos dois mil foliões. “Este ano, trouxemos tudo o que diz respeito à cultura negra no Brasil e na África. Todas as roupas dos componentes estão muito coloridas por conta da Copa do Mundo, com cores que lembram a bandeira do Brasil”, revelou a presidente do bloco, Elizabete Cintra, mais conhecida como Betinha.

 

E, como já é da tradição, às 18h, dezenas de baianas receberam atenção do público com a lavagem da praça com água de cheiro e jarros de flores, cerimônia que tem o objetivo de tirar as energias negativas do ambiente.

 

Ambos os blocos realizam atividades ao longo do ano voltadas à comunidade mais carente. Os organizadores do Àsé Dúdú oferecem oficinas de capoeira, dança e percussão, que resultam em belas apresentações pela cidade. O Mamãe Taguá tem uma ONG que capta recursos para realizar oficinas de patchwork, artesanato, confecção de bonecos e máscaras, que serão expostas este ano no Granfolia.

 

PRIMEIRO DIA – O secretário de Cultura, Hamilton Pereira, reservou o primeiro dia de folia para conferir a montagem das estruturas para os blocos de rua, que, de acordo com ele, estão sendo aprimoradas a cada ano. “Esse é o quarto ano desta gestão, e nenhum carnaval foi igual ao outro. Este ano conseguimos antecipar o pagamento, fato que foi determinante para uma melhor organização”.

 

Outro fato destacado pelo secretário foi o aumento expressivo do número de blocos de rua. “O carnaval de todo o país está fazendo o deslocamento das avenidas para as ruas das cidades. A folia está voltando às origens. Essa é uma tendência que é bem visível em Brasília também. Acho isso muito bom para toda a população”.

 

A organização do carnaval deste ano foi aplaudida pela promotora Carmen Oliveira, de 47 anos. “Moro em Ceilândia e venho todos os anos com meus netos e estou impressionada com a arrumação este ano. Além da estrutura de palco e brinquedos, estou achando o ambiente mais tranquilo para a diversão das famílias”.

 

(K.I./M.D.*)