Pacotão e Raparigueiros levam mais de 100 mil pessoas às ruas da capital

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Pacotão e Raparigueiros levam mais de 100 mil pessoas às ruas da capital

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02/03/2014 às 22:27

Humor e irreverência invadem o Plano Piloto com a passagem dos blocos de rua

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Pacotão e Raparigueiros levam mais de 100 mil pessoas às ruas da capital

Por Kelly Ikuma, da Agência Brasília


. Foto: Mary Leal

 BRASÍLIA (2/3/14) – Com muito humor e mensagens polêmicas, os blocos Pacotão e Raparigueiros encheram de energias positivas as ruas do Plano Piloto neste domingo, que foi abençoado com um dia ensolarado. Desde a manhã até a madrugada, ambos levaram um público de mais de 100 mil pessoas ao delírio no segundo dia de carnaval.

 

Por volta das 12h, o Pacotão, famoso por suas mensagens picantes, começou a tocar suas tradicionais marchinhas carnavalescas na 302/303 Norte, e aos poucos reuniu o público para participar da folia. A arrancada dos foliões, do trio elétrico e da banda Podre do Pacotão ocorreu às 15h30, e o bloco seguiu pelo início da avenida W3 Norte. O encerramento, previsto para 22h, será na 504 Sul.

 

“Nosso tema seria político, mas com os últimos acontecimentos, resolvemos mudar de última hora para Paz e Amor. Nossa ideia é fazer uma campanha pela paz, contra a intolerância, a homofobia. Queremos exaltar o respeito ao próximo. As notícias de mortes e espancamentos chocaram muito a todos. Esperamos este ano levar às ruas de 8 mil a 10 mil foliões”, destacou Wilson Veleci, que se intitulou como um dos desorganizadores do Pacotão.

 

Um pouco antes das 18h, começou a concentração dos seguidores do Raparigueiros no Eixão Sul, altura da 106/206. Ao som de muito Axé, um público de mais de 100 mil pessoas seguiu os dois trios elétricos e aprendeu com os coreógrafos presentes danças como o famoso Lepo Lepo, que virou hit do carnaval deste ano. A parada final será no Gran Folia, onde o bloco deve manter a animação até o dia amanhecer.

 

“A novidade deste ano foram as novas coreografias, com profissionais que vieram da Bahia só para ensinar os brasilienses o gingado dos baianos. Escolhemos o tema Batendo um Bolão para homenagear o Mané Garrincha, palco da Copa do Mundo deste ano. Temos também a certeza de que bateremos recorde de público este ano”, revelou o diretor-fundador do Raparigueiros, Jean Souza Costa.

 

As amigas veterinárias Renata Ramos, 35 anos, e Ana Bárbara Rocha, de 30 anos, resolveram curtir o carnaval de Brasília de última hora e acabaram no bloco dos Raparigueiros. “Ficamos sabendo por meio de um amigo que teria um movimento no Eixão Sul e viemos para cá. A única coisa que nos desagradou é que o público é de adolescentes, mas, por ser a primeira vez aqui, achamos interessante”, afirmou Renata.

 

PACOTÃO – Conhecido como bloco de sujos, no Pacotão, o improviso e a desorganização são a tônica desde sua fundação, em 1978. Grupo de foliões com fantasias improvisadas se reúne ao som de instrumentos característicos das fanfarras, metais e percussão e desfila pelas ruas da cidade, cantando e sambando marchinhas carnavalescas. Todos os anos, eles satirizam a política nacional sempre em tom de ironia e deboche, com a marca do humor brasileiro.

 

RAPARIGUEIROS – Fundado em 1992, o bloco até então desconhecido, começou com poucos componentes, e a cada ano foi conseguindo mais adesões e simpatia do público. Ele traz anualmente estampados em suas camisetas temas polêmicos, com muita irreverência, o que desperta atenção da sociedade. O grupo também faz festas juninas, trabalhos culturais, bailes, micaretas e diversos shows pela cidade.

 

(K.I./M.D.*)