09/04/2014 às 21:51, atualizado em 12/05/2016 às 17:47

Passagem aérea elevou inflação de março no DF

Economistas calculam que item foi responsável por praticamente metade da alta do IPCA-DF no período, medido em 1,92%

Por Ailane Silva, da Agência Brasília


. Foto: Mary Leal

BRASÍLIA (9/4/14) – A elevação do custo das passagens aéreas em 51,65% no Distrito Federal foi a principal causa do aumento da inflação local, calculada em 1,92% em março de 2014. A análise foi feita com base no Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quarta-feira (9) pela Companhia de Planejamento (Codeplan-DF).

 

Segundo a pesquisa, além da alta das passagens de avião, incluídas no setor de Transporte, que registrou aumento total de 5,45%, as demais áreas que impulsionaram o resultado foram os alimentos, com acréscimo de 1,82%, habitação, com 1,78%, e vestuário, 1,71%.

 

“O preço das passagens aéreas em janeiro e fevereiro estavam com descontos. Em março, houve um aumento, o que deu impacto muito forte no Transporte. Se retirarmos do IPCA-DF o índice de 0,95 pontos percentuais das passagens aéreas, teríamos 1% de inflação, que é quase o que tivemos no resto do país, que foi de 0,92%”, explicou o coordenador do Núcleo de Análises e Preços da Codeplan, Newton Ferreira.

 

Segundo o coordenador, a alta da inflação no DF também foi motivada pela queda consecutiva do IPCA nos dois primeiros meses deste ano. Em janeiro de 2014, o índice foi de 5,42%, contra os 5,97% de dezembro de 2013. Em fevereiro, baixou novamente, dessa vez, 4,48%.

 

“Durante janeiro e fevereiro, tivemos deflação, enquanto nos demais estados tivemos inflação. Isso tem o efeito de uma mola, que depois precisa se soltar”, complementou o economista.

 

Na análise da moradia, a elevação foi reflexo de subitens, como aluguel e taxas, reparos e combustíveis domésticos. Esse último elemento subiu mais de 1% no mês, com destaque para energia elétrica, com mais de 1,5%.

 

ALIMENTOS – No grupo de alimentos, que teve aumento médio de 1,82% no IPCA-DF, as frutas foram as que receberam menos impacto do Índice Ceasa do Distrito Federal (ICDF). A elevação do preço foi de, apenas, de 1,16%. Com isso, houve queda no valor de alguns itens, como a melancia, que baixou -30,5%, maracujá, com – 21,5%, e abacate, que teve o custo reduzido em -17%.

 

Já o setor de legumes, raízes e tubérculos foi o carro chefe da alta de preços, com elevação de 25,35%. Mesmo assim, alguns itens tiveram queda, caso da beterraba (-11,25%), inhame chinês (-22,14%) e pepino (-13,58%).

 

Outros setores que encareceram são aves e ovos (+2,42%), açúcares e derivados (+2,54), e cereais, leguminosos e oleaginosos, que aumentaram 2,22%.

 

 

“O preço dos alimentos varia muito sazonalmente, levando em consideração fatores como condições do tempo, transporte e quantidade da produção. As chuvas, por exemplo, prejudicam a produção das folhosas”, afirmou o presidente da Ceasa, Wilder da Silva.

 

 

PERSPECTIVAS – Segundo a análise, a tendência é que, com a redução das chuvas, produtos, como verduras, normalizem sua oferta e os preços se estabilizem. Além disso, deve haver diminuição do preço da banana, que sairá da entressafra, e da maça fugi, que virá em maior quantidade do Rio Grande do Sul.

 

 

Segundo a Ceasa, 23,9% dos produtos comercializados pela empresa são oriundos do DF, enquanto 76,1% vêm de outros estados.

 

(A.S./I.M*)