13/04/2014 às 19:42

Escritores do DF se destacam na II Bienal do Livro

Livros infantis, adultos e até de escritores mirins são encontrados no evento, que segue até dia 21 de abril

Por Vaneska Freire, da Agência Brasília


. Foto: Pedro Ventura

BRASÍLIA (13/4/14) – O Caderno da Menininha, de Rovênia Amorim, foi um dos lançamentos deste domingo (13) na II Bienal Brasil do Livro e da Leitura. Voltado para o público infantil, a obra promete despertar a curiosidade da criança e estimular o gosto pela leitura.

 

“São aventuras infantis, e eu brinco o tempo inteiro com a identidade da Menininha, mas tem que ler o livro inteiro para descobrir quem é a Menininha”, afirmou a escritora à Agência Brasília.

 

Segundo Rovênia, a ideia de escrever o livro surgiu alguns anos depois do nascimento das filhas gêmeas. “Eu contava histórias para elas dormirem, mas como tinha que ter pouca luz no quarto, ficava ruim para ler. Com isso, eu comecei a inventar as historinhas e depois decidi escrevê-las”, explicou.

 

O livro passou no 1º teste, que foi feito com as próprias filhas. “Eu achei legal, tem algumas que são difíceis de entender no começo e tem que ler tudo para entender. O que mais gostei foi ‘A Outra Menininha’ (pág. 40), porque a professora pede para fazer um dever que ela não sabe e a outra menininha faz para ela. Depois a professora briga, mas ela não sabia que aquilo era errado e chora”, destacou a pequena Bruna Amorim, 9 anos.

 

“Ele (o livro) foi diferente dos outros livros infantis que eu li porque tem um final impressionante. A melhor parte é a ‘Caverna de Argila’ (pág. 25), ela fala de uma descoberta de uma caverna que era o esconderijo dos meninos”, completou a outra filha da escritora, Clara Amorim, 9 anos.

 

Rovênia Amorim, 41 anos, é jornalista, nascida em Patos de Minas (MG) e moradora de Brasília desde 1990. Atualmente, trabalha no Ministério da Educação. O Caderno da Menininha é a sua primeira publicação, mas a escritora já pensa no segundo trabalho, que deve ser lançado em dois anos.

 

ESCRITORES DO DF – O stand da Academia Taguatinguense de Letras, considerado Patrimonial Cultural, Material e Imaterial do Distrito Federal desde 2013, reúne obras de 313 escritores e poetas da capital federal.

 

“O objetivo é apresentar os escritores do DF para os visitantes da Bienal. Já vendi mais de 500 livros nesses dois dias de evento. Mais de 2 mil pessoas passaram pelo nosso stand”, detalhou o presidente da academia e escritor, Gustavo Dourado.

 

Ele é autor de 14 livros e 1.113 cordéis, entre eles o Direitos Humanos, lançado no Fórum Mundial dos Direitos Humanos, a pedido da Presidência da República. Além do cordel Renato Russo, preparado especialmente para a Bienal.

 

O stand também apresenta ao público os lançamentos Pássaro Ferido, de Heron Luiz; Sertão de Maravaia, de Ana Cunha Magalhães; O Brilho das Estrelinhas, de Salete Moreira; Direito Inspencional de Trabalho, de José Orlando da Silva; e A Lua está na Moda, de Emanuel Lima.

 

ESCRITORES MIRINS – O projeto do pedagogo Carlos Campos, 31 anos, da Escola Classe 1 de Sobradinho, estimula as crianças a escreverem um livro com base nas suas histórias. “Uso um método muito simples para que as crianças criem poesias e romances sobre a vida deles mesmos. Isso estimula o gosto pela leitura, alguns tinham dificuldades em português e melhoraram muito depois do livro”, contou o pedagogo.

 

Maria Eduarda, 10 anos, disse que um grande trauma pessoal foi resolvido por meio do livro. “Meu livro conta a história de uma menina que via uma violência na rua e foi interferir, e um professor chegou na hora e salvou ela de ser agredida também. A professora falou para ela nunca se meter na briga das outras pessoas. Um dia, ela viu a mãe dela sendo agredida e não fez nada, e quando foi ao hospital, a mãe dela estava muito triste e perguntou porque ela não fez nada. A menina contou o que a professora tinha dito e a mãe dela disse que ela sempre tinha que ajudar a família e os amigos”, relatou.

 

Empolgado, o autor de O Canto Libertador, Gustavo Santos, 10 anos, afirma que já descobriu a profissão que ama e será poeta quando crescer. “É muito bom quando alguém compra o meu livro e eu vejo que o que eu fiz está sendo reconhecido. Eu aconselho todo mundo a escrever porque é mágico. Se você morrer, o livro vai continuar, como os livros da Clarisse Lispector, que já morreu há um tempão e todo mundo ainda lê. Já estou escrevendo as poesias para o meu segundo livro”, garantiu.

 

“Antes, eu tinha dificuldade em português e não lia muito. Agora já comprei os livros que meus amigos escreveram e estou lendo todos”, declarou Marina Abrão de Barros, 10 anos, autora de A Formiga e o Monte.

 

Segundo o pedagogo, cada criança tem que arrecadar R$ 1,8 mil para registrar e publicar seu livro. Cada exemplar é vendido por R$ 5. O método utilizado por Carlos Campos será apresentado na Bienal, nesta quarta-feira (16), às 14h, no Espaço Biblioteca do Cerrado.

 

Confira aqui a programação completa da II Bienal Brasil do Livro e da Leitura.

 

SERVIÇO:

Método de criação de poesias e novelas para crianças

 

Data: 16/4

Horário: 14h

Local: II Bienal Brasil do Livro e da Leitura, Espaço Biblioteca do Cerrado

 

(V.F/J.S*)