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16/04/2014 às 12:08
Um dos destaques da programação da II Bienal, o escritor paraibano deu aula de simpatia e bom humor durante evento
BRASÍLIA (16/4/14) – Aplaudido de pé pela plateia que aguardava sua palestra, Ariano Suassuna esbanjou simpatia e arrancou gargalhadas do público que lotou o auditório do Museu Nacional da República, na noite da última terça-feira (15). O escritor – junto ao uruguaio Eduardo Galeano – é o homenageado da II Bienal Brasil do Livro e da Leitura, que tem programação até o dia 21 de abril. As atividades, gratuitas, acontecem em uma estrutura montada na Esplanada dos Ministérios.
Durante a cerimônia, Suassuna recebeu do secretário de Educação, Marcelo Aguiar, o troféu Bienal. Na ocasião, o secretário de Cultura, Hamilton Pereira, disse que o escritor paraibano honrou a cidade ao aceitar o convite para participar do encontro literário. “Nós trouxemos uma referência de um povo que não se envergonha de si mesmo. Uma figura que encarna com irreverência e humor o forte sotaque nordestino com que essa cidade foi construída”, lembrou. Hamilton ressaltou também o papel da cultura como forma de resistência à ditadura militar. A II Bienal conta com uma programação diária sobre os 50 anos do golpe militar.
“Peço desculpas pela voz feia, fraca e rouca”, iniciou Suassuna arrancando da plateia muitas risadas. O escritor agradeceu a presença de todos, em especial da esposa Zélia de Andrade Lima. Em seguida, ele, que foi professor de filosofia da arte, começou uma verdadeira aula sobre o cômico, refletindo sobre conceitos de beleza, grotesco e o risível.
Suassuna falou também sobre sua produção, em especial o Auto da Compadecida, sua obra mais conhecida. “Já me perguntaram com qual personagem eu me identifico mais. Eu não sou esperto como João Grilo; como escritor, eu me identifico mais com Chicó, que é mentiroso”, afirmou. Ele finalizou sua fala sob uma chuva de aplausos ao dizer que no futuro o Brasil iluminará o mundo. “Vamos ter um país à altura do nosso povo”.
Para a estudante de artes cênicas Giselle Ando, a palestra do escritor foi marcante. “Pra mim foi um presente escutá-lo. Estou fazendo monografia sobre o cômico, e ele deu uma aula como se estivesse apenas conversando com a gente”, disse. Colega de curso de Giselle, Yuri Fidelis também se surpreendeu. “A própria vida dele é material artístico”, acrescentou.
MAIS ATIVIDADES- A II Bienal Brasil do Livro e da Leitura ainda tem extensa programação até o dia 21 de abril. Espetáculos de teatro, música, lançamento de livros, palestras e seminários entre escritores e especialistas acontecem diariamente.
(M.D.*)