Projeto do Centro de Ensino 2 de Planaltina ajuda jovens em cadeiras de rodas a encontrarem novos sonhos
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16/04/2014 às 12:52
Projeto do Centro de Ensino 2 de Planaltina ajuda jovens em cadeiras de rodas a encontrarem novos sonhos
BRASÍLIA (16/4/14) – Um acidente de carro na chácara da avó, em setembro de 2006, deixou Amaury Alves Viana, na época com 16 anos, em uma cadeira de rodas. O menino, um amante do esporte, acostumado a jogar futebol todos os dias, demorou meses até aceitar que a vida lhe reservara algo especial.
Em um fim de semana aparentemente como outro qualquer, há exatos sete meses após o acidente, Amaury passava pelas ruas de Planaltina quando algo o fez parar. O cenário: uma escola de ensino especial, uma quadra de esportes e um grupo de meninos jogando basquete. A cena, para muitos, pode até soar normal. Mas foi o detalhe que fez o olho do garoto brilhar: todos os jogadores eram cadeirantes. O destino de Amaury começava ali.
“No começo foi meio difícil. Me chamaram para assistir ao treino, eu gostei. Comecei a treinar. Não tinha intimidade com o basquete, mas meu técnico disse que eu era jovem, que eu tinha futuro. Me dediquei, comecei a treinar com foco e disse ‘quero jogar na Seleção um dia'”, lembrou Amaury, ao contar como foram os primeiros treinos na Comissão Jovem Gente Como a Gente.
A dedicação a que ele se refere são pelo menos três horas de treino, três vezes por semana. Rotina que lhe rendeu, depois de cinco anos como membro da comissão, uma vaga na tão sonhada Seleção Brasileira masculina de Basquete em Cadeira de Rodas.
Ao lado dos companheiros da Seleção, Amaury foi vice-campeão no Chile, no campeonato sul-americano, em 2013, e agora almeja representar o Brasil nas Paralimpíadas de 2016.
“É muito gratificante, muito orgulho. Treino no meu time já pensando na Seleção. Agora, tenho muita expectativa em participar das Paralimpíadas. Estou treinando muito forte pra isso. É um sonho a se realizar”, contou o jogador.
Todas essas mudanças devolveram a alegria à vida de Amaury, que depois do acidente chegou a ficar três meses em depressão, mas soube enxergar nas rodas que lhe movimentam a chance de dar a volta por cima. Hoje, aos 24 anos, ele está casado, tem um bom emprego e garante: “o basquete me mudou para muito melhor. Cada dia é uma nova surpresa”.
SUPERAÇÃO – A mesma quadra, que atualmente passa por reforma, foi palco para que Adrielly Ragel se redescobrisse. Enquanto ia à escola em 2011, o ônibus que transportava o time da Comissão Jovem Gente Como a Gente passou por Adrielly, hoje com 16 anos, e os atletas a convidaram para experimentar o esporte. “No começo achei meio esquisito. Nunca gostei de esporte. Mas quando comecei a treinar, aquilo me transformou. Comecei a ficar mais forte e independente”, lembrou.
O reconhecimento veio rápido. Ano passado, Adrielly ficou entre as 24 melhores do Brasil e foi convocada para a etapa de treinamento da Seleção Brasileira feminina de Basquete em Cadeira de Rodas. Este ano, foi convocada de novo. Se ficar entre as 12 melhores vai disputar o Mundial em Toronto.
O PROJETO – A descoberta de talentos e a iniciativa que impulsiona tantos adolescentes a buscarem um novo rumo na vida faz parte do projeto “Basquete Para Cadeira de Rodas”. Uma ação do Centro de Ensino Médio 02 de Planaltina, que conta com dois professores de educação física, contratados pela Secretaria de Educação, para treinar os alunos. Tomaz Francisco e Enilson Antônio da Silva são os responsáveis pelos sonhos dessas pessoas, como Adrielly e Amaury, há três e oito anos, respectivamente.
Os treinos, atualmente com 30 atletas, são abertos à comunidade, para pessoas de qualquer idade.
“Participar desse projeto é perceber que a vida não tem limites. É uma motivação constante, mais gratificante que o próprio salário”, confessou Enilson.
(B.F./M.D.*)