28/04/2014 às 10:47

Cuidados com higiene e alimentação ajudam a evitar infecção urinária

Doença causada por bactérias, fungos ou vírus é comum na infância e atinge principalmente as meninas

Por Da Secretaria de Saúde


. Foto: Divulgação

BRASÍLIA (28/4/14) – A infecção urinária é comum em crianças, mas pode ser combatida com mudanças simples nos hábitos de higiene e também na alimentação. Segundo a coordenadora de Saúde da regional de Planaltina e pediatra, Mônica Rocha Rodrigues, a infecção é mais frequente em meninas, até 20 vezes mais que em meninos.

 

Para a pediatra isso se deve à anatomia da uretra, “o meato urinário está localizado perto do ânus e o comprimento da uretra é menor do que no sexo masculino, o que facilita o acesso das bactérias ou dos fungos à bexiga”, explicou.

 

A doença é definida pela presença de micro-organismos na urina em qualquer parte do aparelho urinário. E se multiplicam no trato urinário, afetando principalmente a uretra, canal que escoa o xixi, a bexiga, responsável por armazená-lo, e os rins. O problema recebe nomes diferentes dependendo do órgão que atinge: uretrite, cistite ou pielonefrite, respectivamente.

 

As principais responsáveis são bactérias que vêm do intestino pelas fezes – especialmente a Escherichia coli, que está por trás de 85% a 90% dos episódios. Mas alguns fungos e vírus também podem desencadeá-la, em casos mais raros.

 

Principais sintomas:

Nos recém-nascidos – geralmente é decorrente da gestação, em que a mãe é portadora do micro-organismo ou a criança apresenta uma má formação congênita. Os principais sintomas são: febre, constipação, icterícia.

 

Lactantes (28 dias até um ano) – dificuldades de ganhar peso, constipação, falta de apetite, vômito, irritabilidade, choro constante, especialmente ligado ao momento de urinar, cor e cheiro da urina, e febre sem razão aparente.

 

Pré-escolar – febre, urgência em urinar, cor e cheiro, dor ao urinar e em alguns casos sangue na urina. Dores no abdômen, nas costas.


Como evitar:

– Acompanhamento ao pediatra rotineiramente, independente de a criança apresentar alguma doença.

 

– Dê muito líquido à criança. Além de manter o trato urinário em constante atividade, os líquidos ajudam a evitar a prisão de ventre, que pode colaborar para que haja infecções.

 

– Também para evitar a prisão de ventre, ofereça bastante fibras, como frutas, verduras e grãos integrais.

 

– Incentive a criança a urinar com frequência, mais ou menos a cada três horas.

 

– No caso de meninas, sempre limpe a área da frente para trás, quando estiver trocando a fralda ou com o papel higiênico, para não levar bactérias para a vagina. Evite também o uso de sabonetes muito fortes ou calcinhas de tecido sintético, que irritam a vagina.

 

“A infecção urinária pode ser muitas vezes uma doença silenciosa, mas que causa grande incômodo e, se não for tratada, pode gerar problemas mais graves”, explicou a pediatra.

 

Ela completa dizendo que “é importante a mãe realizar o acompanhamento do seu filho no centro de saúde. Somente em casos mais graves o pediatra encaminha para o hospital”, afirma.

 

O tratamento varia de acordo com a idade da criança, grau da infecção e tipo de bactéria. E é confirmada por meio de um exame de urina. Algumas horas após a coleta, o médico consegue saber se há ou não contaminação. Mas é preciso um exame mais detalhado para identificar o tipo de micro-organismo. E a ecografia para investigar se houve comprometimento dos rins.

 

(C.C.*)