04/06/2014 às 18:18

Agricultores familiares pretendem deixar o Bolsa Família graças a iniciativas do GDF

Programas de Compras Institucionais do GDF mudam a vida de produtores rurais, que têm renda garantida e cada vez maior

Por Da Seagri, com informações da Sedest


. Foto: Divulgação

BRASÍLIA (4/6//14) – Agricultores que fornecem alimentos ao “Programa de Aquisição da Produção da Agricultura do Distrito Federal” (Papa-DF) e ao “Programa de Aquisição de Alimentos” (PAA) pretendem deixar de receber o Bolsa Família, graças à renda adquirida por meio dos “Programas de Compras Institucionais”.

 

“Já estou me organizando para devolver meu cartão do Bolsa Família. Esse dinheiro me ajudou a manter minha casa, comprar meus remédios. Meus filhos conseguiram terminar o Ensino Médio. Agora em julho eu quero voltar a estudar também”, disse Francisca Borges (52 anos), natural do Maranhão, mãe de três filhos e que vive no assentamento Chapadinha há dez anos, onde produz milho, frutas e hortaliças.

 

“Com o PAA, comprei geladeira, máquina de lavar. Agora, com o Papa e a venda dos alimentos para as cestas, estou melhorando minha renda e investindo mais na produção. Vou conseguir financiar até uma picape”, comemorou. Francisca se referiu ao “Programa de Cestas Emergenciais”, da Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (Sedest), destinado a garantir alimentos de qualidade às populações vulneráveis e promover a inclusão produtiva de agricultores familiares.

 

Em 2014, o GDF inovou ao incluir alimentos orgânicos nas cestas. A ação faz parte do “Plano DF Sem Miséria” e tem como objetivo de fornecer alimentos às famílias e às pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional grave, além de fomentar a produção familiar, inclusive a agroecológica, pois parte das frutas, legumes e verduras adquiridos da agricultura familiar são orgânicas.

 

Os “Programas de Compras Institucionais” também ajudam a combater o êxodo rural e fazem com que pessoas retornem ao campo. José Cândido da Rocha (62), também da Chapadinha, recebe mais no campo do que no emprego de lanterneiro na cidade. “Tudo está melhorando, consegui até convencer meus dois filhos a abandonarem seus trabalhos na cidade para me ajudar na produção”, revela.

 

Políticas acertadas e complementares – como o Papa-DF, PAA e DF Sem Miséria – promovem o desenvolvimento tanto da população urbana quanto da área rural. Programas como “DF Sem Miséria” recebem os alimentos adquiridos por meio das compras institucionais e os doam a entidades socioassistenciais como creches e asilos.

 

Os programas melhoram a vida de 31 famílias de agricultores (aproximadamente 150 pessoas) da região da Chapadinha (Lago Oeste), da Colônia I (Ceilândia) e Contagem (Sobradinho) que produzem alimentos orgânicos. A única garantia de renda dessas famílias eram os repasses do Bolsa Família e do “DF Sem Miséria”, mas agora podem contar com o dinheiro certo da venda dos produtos fornecidos ao GDF para ajudar outras pessoas a sair da miséria.

 

Hoje, são mais de 160 cestas orgânicas entregues por semana. Esse número tende a crescer com a incorporação de novos agricultores familiares de Sobradinho, Paranoá e São Sebastião. A intenção do governo é substituir gradativamente os alimentos convencionais por orgânicos.

 

Com o apoio da Secretaria de Agricultura (Seagri), Emater e do Sebrae, os agricultores aprenderam sobre planejamento e técnicas de manejo, essenciais no salto de qualidade da produção. O apoio foi estratégico para superar dificuldades e alcançar melhorias de gestão, além de ampliar a cooperação entre os agricultores.

 

CESTAS EMERGENCIAIS – Cada cesta emergencial é composta por alimentos não perecíveis, adquiridos por meio de licitação, e por alimentos perecíveis (frutas, legumes e verduras) fornecidos pela agricultura familiar, por meio do Papa-DF, sob a gestão da Seagri.

 

A Sedest é a maior compradora de produtos pelo Papa-DF. Também são adquiridos leite, queijos e derivados, que são repassados a instituições socioassistenciais e beneficiam, diariamente, mais de 20 mil pessoas em situação de vulnerabilidade.

 

(C.C.*)