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20/06/2014 às 12:17
Diagnóstico precoce é imprescindível para evitar transtornos emocionais durante a infância
BRASÍLIA (20/6/14) – Os casos de gagueira, que ocorrem com mais frequência na infância, contam com tratamento especializado na rede pública do DF. O Centro de Orientação Médico Psicopedagógica (COMPP) atende a faixa etária entre 0 e 18 anos de idade, e os adultos contam com tratamento no Hospital de Base (HBDF), no setor de Fonoaudiologia.
“É importante que o responsável pela criança procure atendimento o mais cedo possível. Crianças que apresentam esse distúrbio geralmente sofrem bullying e estão propensas ao isolamento social. Infelizmente, os pacientes chegam à unidade com um quadro bem avançado”, relatou a coordenadora de Fonoaudiologia do COMPP, Vanessa David Rocha.
O acolhimento no COMPP é feito às segundas-feiras, quartas-feiras e sextas-feiras, com a entrega de seis senhas pela manhã, a partir das 7h, e seis senhas no período da tarde, às 13h. O responsável deve levar certidão de nascimento e cartão de vacina da criança, além do comprovante de residência.
O tratamento é realizado primeiramente com terapia fonoaudiológica para depois trabalhar as percepções e modificações na mudança de ambiente. Fatores de risco, como existência de outros familiares com gagueira, sexo masculino, complicações durante o parto, traumatismos, entre outros, também indicam que deve ser dada atenção especial à criança que gagueja.
Segundo a chefe no Núcleo de Fonoaudiologia da Secretaria de Saúde do DF, Christianny França, existem várias teorias ou correntes que tentam explicar a causa da gagueira. “Estudos recentes consideram que sua origem seja multifatorial, fortemente ligada aos fatores genéticos e biológicos, mas não descartam os aspectos psicossociais”, complementou.
A especialista afirma, ainda, que não se trata de um distúrbio mental nem comportamental. De acordo com ela, a gagueira é involuntária e problemas emocionais isolados não são a causa, apesar de contribuírem para seu aparecimento, perpetuação e agravamento. “Indivíduos que gaguejam podem ser propensos a se sentirem inseguros e nervosos.”
“Os pais não têm como identificar se as alterações de fluência que seus filhos apresentam irão desaparecer ou persistir. Por esse motivo, se em aproximadamente seis meses o padrão de fala da criança não apresentar evolução, recomenda-se que os pais procurem um especialista, fonoaudiólogo ou psicólogo”, esclareceu.
OCORRÊNCIA – Gagueira ocorre com maior frequência na infância, entre 18 meses e 7 anos, podendo surgir até os 12 anos. Em mais de 60% dos casos, o problema melhora espontaneamente até um ano após a manifestação dos primeiros sintomas. Trata-se de um transtorno de fluência caracterizado por uma disfunção do controle motor e temporal da fala.
Caracteriza-se por repetições de palavras, sílabas ou sons, por prolongamentos, bloqueios e pausas longas. Atualmente, são reconhecidos dois tipos: a adquirida (neurogênica), associada com distúrbios neurológicos, como traumatismo craniano e Acidente Vascular Cerebral (AVC); e a do desenvolvimento, tipo mais comum.
SERVIÇO
Orientações importantes para entender e atenuar a gagueira:
– Ouça a fala de sua criança com atenção;
– Seja um bom modelo de fala;
– Seja tolerante, promova experiências agradáveis de fala, auxilie a criança a expressar seus sentimentos;
– Diminua a pressão do tempo na comunicação. Fale mais devagar com a criança, dê a ela tempo e não a interrompa;
– Aceite a criança que gagueja, converse com ela a respeito “da fala que parece difícil”, e a oriente direta e calmamente. Evite dizer “pare”, “respire”, “fale devagar”. Tente reduzir os medos e as frustrações.
Mais informações: 3326-3346.
(K.I./C.C*)