Torcedores com deficiência visual, jovens e aposentados curtem o jogo Brasil x Camarões, no Mané Garrincha

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23/06/2014 às 19:48, atualizado em 12/05/2016 às 18:15

Brasília é a capital da diversidade e da inclusão

Torcedores com deficiência visual, jovens e aposentados curtem o jogo Brasil x Camarões, no Mané Garrincha

Por Kelly Ikuma, da Agência Brasília


. Foto: Pedro Ventura


BRASÍLIA (23/6/14) – Uma Brasília para todos os gostos, raças e idades. É assim que a capital se comportou nesta segunda-feira (23), data que marca o confronto do Brasil com a seleção camaronesa. Apesar de uma multidão de torcedores padronizados de verde e amarelo, alguns se destacavam não pela forma de se vestir e sim pela diversidade. Pessoas com necessidades especiais se misturavam com crianças, jovens e aposentados na mais perfeita harmonia.


Foi assim que um grupo de deficientes visuais se integrou com perfeição aos torcedores que se encaminhavam ao Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. Unidos por um cordão, para não se perderem, um total de 20 pessoas – entre cegos, com baixa visão e guias – seguiam emocionados para assistir ao jogo mais importante da capital, com expectativa de escutar vários gritos de gol da Seleção Brasileira.

 

“Ganhamos esses ingressos porque o jogo terá audiodescrição. Pra gente é essencial esse tipo de coisa, tanto para efeito didático para nossos colegas entenderem que temos direito de estarmos nesses espaços também, quanto para os outros que têm de pensar na inclusão. É um acontecimento muito grande estarmos nesse jogo hoje igual às outras pessoas”, disse o presidente Associação dos Deficientes Visuais de Brasília, César Ascar.

 

Outro grupo que se destacava dos demais foi o de aposentados fantasiados, que participa da Copa do Mundo há dez edições. “Moro em São Paulo e esse figurino foi quando eu estive na Copa da Espanha em 1982 e fui para Macorros e encontrei essa bata e achei bonita e depois de algum tempo mandei escrever Brasil. Ficou oficial”, ressaltou Georges Pereira, 66 anos, acompanhado de seu amigo francês Pierre Francois, estilizado de franco-brasileiro.

 

O ambiente também estava propício para aumentar um pouco a renda. A estudante e graduanda de enfermagem Luisa Bonache, 22 anos, com mais dois amigos de faculdade, aproveitou a experiência de pintar rostos em uma empresa de festa infantil e improvisou um estúdio no banco da Torre de TV.

 

“Estamos cobrando R$ 5 para as pinturas mais básicas e R$ 10 para as demais, mais elaboradas. Já conseguimos uns 20 clientes. Tivemos essa ideia e começamos o negócio hoje e pretendemos continuar nos próximos jogos. Essa é uma forma de espalharmos o amor pelo Brasil no corpo das pessoas”, afirmou a estudante.

 

K.I./C.C.