27/06/2014 às 19:58, atualizado em 12/05/2016 às 18:15

Praça de alimentação da Torre de TV vira referência gastronômica

Turistas e moradores aproveitam para experimentar novos sabores antes e depois dos jogos no Mané Garrincha

Por Kelly Ikuma, da Agência Brasília


. Fotos: Hmenon Oliveira

BRASÍLIA (27/6/14) – A praça de alimentação da Torre de TV foi eleita como um dos pontos gastronômicos preferidos de turistas e moradores da capital. Devido à proximidade do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, antes e depois das partidas, o local se tornou parada obrigatória para conhecer os diversos sabores regionais.

 

Pamonha goiana, acarajé, vatapá, tapioca, espetinhos e o tradicional pastel frito são apenas algumas das iguarias no corredor de sabores, que também oferece no pacote a hospitalidade típica do brasileiro. Simpatia essa que é sentida no esforço em atender estrangeiros, mesmo com a barreira da língua.
 

“Nós damos um jeitinho brasileiro e eles também. O mais importante é que nós sabemos que queremos vender e eles, comer”, falou, sorrindo, o gerente da barraca de acarajé Michael Monteiro. De acordo com ele, as vendas aumentaram em mais de 100% nesses dias de jogos, o que traduz uma média de mil unidades da iguaria comercializadas diariamente.

 

Maria do Socorro Maia, comerciante de quitutes mineiros, apesar de ser do Piauí, divide a mesma alegria de seu colega. Com as vendas ultrapassando a casa dos 80%, a proprietária disse que o menor obstáculo está sendo a diferença de língua, ao contrário da produção das delícias, que aumenta a cada dia e é feita no próprio local.

 

“Não estou parando nem para respirar. Meu marido até teve que vir me ajudar. Faço as empadas, pães de queijo, bolinhos e bacalhau, enroladinhos, tudo aqui. Estou tendo que me transformar em 10 todos os dias para conseguir atender os clientes, mas está valendo muito a pena”, disse a senhora de 67 anos, com uma disposição sem igual.

 

A proprietária da barraca de pamonhas, Edna da Silva, no entanto, diz que as vendas estão abaixo de suas expectativas. “Acho que o povo não conhece muito a pamonha e fica com medo de experimentar. Estamos vendendo um pouco mais, mas não representa nem 7% de aumento”, ressaltou.

 

Apesar de economicamente a comerciante não estar muito satisfeita, ela destaca que está muito impressionada com a organização do Mundial na capital do Brasil. “Estava com medo das manifestações, mas graças a Deus nada aconteceu. Estou vendo que o policiamento está muito bom. Tenho muito orgulho da nossa cidade.”

 

PÚBLICO – Os comerciantes não eram os únicos satisfeitos, turistas e moradores da cidade curtiram a movimentação do local, além, é claro, da grande oferta de pratos. O empresário Roger Colomera, 25 anos, morador de Londrina (PR), começou sua refeição saboreando um espetinho de carne, mas, segundo ele, era “apenas para abrir o apetite”.

 

“Como sou do Sul, não resisti ao cheiro do churrasco. Mas já vi que aqui tem pastel com caldo de cana e essa será minha próxima gula”, disse o jovem que, acompanhado de um amigo, segue para Goiânia nos próximos dias para aproveitar a programação noturna e somente no domingo (29) voltar para sua cidade Natal.

 

O corredor gastronômico não apenas satisfez o estômago dos visitantes, como também trouxe sorte. Quem se encaixa nesse caso é a advogada Lúcia Helena Aleixo, de 40 anos. Com sua filha Gabriela Cruz, de 15, ela conseguiu ingressos para as duas para assistir ao jogo do Brasil na última segunda-feira (23).

 

“Tentamos pela internet e não conseguimos, então resolvemos vir mesmo assim. Ficamos, no dia, andando por fora do estádio e nada. Foi então que viemos aqui para a praça da Torre de TV, já sem esperança, por volta das 16h30, e uma moça nos abordou dizendo que tinha quatro ingressos para vender. Nem acreditamos em tanta sorte”, relatou a advogada.

 

Já sua filha Gabriela completa a história contada pela mãe, dizendo que Deus também foi o autor da conquista. “Antes de a moça falar com a gente, uma senhora entregou uma bíblia e disse que as portas que estivessem fechadas iriam se abrir. E assim foi. Foi um presente para mim. Mesmo porque essa viagem foi presente de aniversário dos meus pais”, disse a jovem.

 

(K.I./C.C*)