17/09/2014 às 15:04

Presos do regime semiaberto reforçam mutirão de limpeza do Lago Paranoá

Meta da Adasa é coletar 10 toneladas de lixo até sábado (20)

Por Ádamo Araujo, da Agência Brasília


. Foto: Hmenon Oliveira

BRASÍLIA (17/9/14) – Uma parceria entre a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) e a Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap) levou 80 reeducandos do regime semiaberto para ajudar na operação de limpeza na quarta edição da Semana Lago Limpo.

 

A atividade com os presos da Funap acontece até sexta-feira (19). Porém, no sábado (20), mais 150 mergulhadores de várias escolas de mergulhos do DF ajudarão na limpeza do fundo do Lago Paranoá. A expectativa é coletar 10 toneladas de lixo, uma a mais em relação ao ano passado.

 

“É um trabalho de mobilização. Estamos nessa parceria para mostrar a toda a sociedade que todos somos responsáveis, uma vez que o Lago Paranoá é um bem de todos”, enfatizou o presidente da Adasa, Vinicius Benevides, e explicou: “Esses homens da Funap estão aqui em um dia de trabalho normal e, por isso, esses três dias de atividade irão diminuir um dia em suas penas”.

 

Estão envolvidos na operação, além dos apenados da Funap e dos mergulhadores civis, duas lanchas, soldados da Polícia Militar Ambiental, o Corpo de Bombeiros e uma equipe de fiscais da Adasa para verificar irregularidades nas margens do Paranoá.

 

Para a Funap, ações como essa fazem parte do trabalho de reeducação dos apenados em seu processo de ressocialização. “Eles podem enxergar, por meio de atividades como essas, novas possibilidades de voltar a fazer parte da sociedade. Para boa parte deles, são novidades essas questões de poder ajudar cuidando do meio ambiente e da melhoria da qualidade de vida”, frisou a diretora-executiva da entidade, Verlúcia Moreira Cavalcante.

 

Condenado por tráfico de drogas e porte de arma, Alexandre Pereira, de 29 anos, acredita que seu trabalho é fundamental para a limpeza do Lago Paranoá, mas sugere que a conservação depende de todos. “É aquela velha história: se cada um fizer sua parte, a sujeira não irá existir. Estamos aqui fazendo a nossa parte”, disse.

 

Um dos mais ativos na atividade de preservação era Jairo da Silva, 36, que cumpre pena por homicídio. O trabalhador fez questão de listar os principais materiais e dejetos encontrados nas margens do lago: “Latinha de cerveja e refrigerante, sacos plásticos, garrafas, isopores e muito cocô seco”.

 

Além do trabalho de limpeza das águas, a Adasa realizará passeios educativos para professores das redes pública e particular de ensino do DF, fiscalizará as margens e promoverá atividades de pesquisa das condições químicas e biológicas do Lago Paranoá.

 

(A.A./C.C.*)