17/11/2014 às 19:29

Saúde integra musicoterapia ao tratamento de doenças

Mais de 150 pacientes são beneficiadas com essa iniciativa na rede pública

Por Da Secretaria de Saúde


. Foto: Secretaria de Saúde do DF

BRASÍLIA (17/11/14) – Musicoterapia é uma técnica que utiliza sons, ritmo e melodia para promover expressão, relacionamento e, de forma geral, a saúde. A Secretaria de Saúde utiliza essa técnica em alguns tratamentos do Hospital da Criança de Brasília (HCB) e também promove oficinas de músicas nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps).

 

No HCB mais de 150 crianças com diversas patologias neuromotoras e de reabilitação participam da musicoterapia em grupo ou individualmente, através de encaminhamento médico.

 

“Os especialistas que acompanham crianças com problemas neurológicos e com síndromes diversas acabam encaminhando esses pacientes para a musicoterapia. A música é o que permite uma aproximação e abre uma porta direto no coração delas. É assim que consigo entender mais seu mundo”, explicou o musicoterapeuta do HCB, Cláudio Vinícius Froes Fialho.

 

Formado em Composição pela Universidade de Brasília, Vinícius conta que está envolvido no universo musical desde criança, mas seu primeiro contato com a musicoterapia foi recente.

 

“Desde criança faço música. Me formei em Composição e fiz o curso de musicoterapia em 2005 para agregar valor ao meu trabalho, e logo estava estagiando no Hospital de Apoio. Depois passei um ano no Hospital de Base fazendo atendimentos breves nas enfermarias e UTIs e há dois estou no HCB”, lembrou.

 

Foi a Síndrome de Cri-Du-Chat (Síndrome do Miado de Gato) que levou Lívia, de apenas 7 anos, a participar das sessões de musicoterapira no HCB. A menina já nasceu com essa anomalia cromossômica que atrofia os membros e provoca retardamento neuromotor e mental. Foi por esse motivo que o médico que a acompanha optou por agregar a técnica na rotina da criança.

 

“A minha filha era atendida por um geneticista no Hmib, mas há dois anos recebe a assistência neurológica e odontológica aqui no Hospital da Criança. O médico dela indicou a musicoterapia para ajudar no tratamento e também para controlar a agitação e o nervosismo da minha filha”, explicou Delcileide Alves, mãe de Lívia.

 

TRATAMENTO – A inicialização com musicoterapia é por indicação médica. A maioria são demandas neurológicas como autismo, síndromes, distúrbio do aprendizado e reabilitações diversas. É através de uma conversa com os familiares que o musicoterapeuta identifica a melhor forma de abordagem.

 

“Faço o acolhimento para identificar a queixa da família e fazer contato com a criança, independentemente de qual especialidade está demandando. Faço blocos de três atendimentos semanais, que chamo de avaliação em musicoterapia. Aplico algumas tabelas de resultados e de característica, como contato com terapeuta, expressividade, capacidade de formar vínculo através do som e da música”, disse Cláudio Vinícius.

 

Todos os pacientes são atendidos por agendamento prévio com sessões individuais, ou em grupo, durante 45 minutos. “Na avaliação já visualizo os pacientes com problemas semelhantes. Então, procuro colocá-los no mesmo grupo para atendê-los melhor”, acrescentou o musicoterapeuta.

 

Os pacientes internados nos ambulatórios de oncologia e hematologia do HCB também são atendidos. “Como são pacientes com risco de morte ou que sofrem com dores intensas procuro dar prioridade. Também faço parceria com músicos voluntários e as apresentações acontecem dentro das enfermarias”, finalizou.

 

Os instrumentos utilizados na técnica são piano, teclado, contrabaixo, violino, marimba de vidro, percussões diversas, violões, tubos sonoros e Mesa Lira.

 

CAPS – A Secretaria de Saúde conta com 16 unidades espalhadas em todo o Distrito Federal, além de um Adolescentro, para tratamento de dependentes químicos e pacientes psiquiátricos. A maioria deles tem oficinas de música para promover a ressocialização dessa parcela da população em situação vulnerável.

 

No Caps de Samambaia, por exemplo, tem uma média de 500 pessoas em tratamento contra álcool e drogas. Aproximadamente 15 delas participam ativamente das oficinas de música e até se colocam como voluntários, todos coordenados por uma assistente social.

 

“Oferecemos oficinas de músicas de maneira espontânea e participa quem se sentir à vontade. O público de pacientes é muito flutuante, mas cerca de 15 pessoas são assíduas e até ajudam os outros colegas a tocar e cantar. Elas ocupam seu tempo, se envolvem com a música e esquecem das drogas”, destacou o gerente do Caps de Samambaia, Ademário Britto.

 

Ao todo, a Secretaria de Saúde conta com oito Caps-AD (Álcool e Drogas), sendo três com atendimento 24h; cinco Caps Transtornos Mentais; um Capsi (infantil) e o Adolescentro.

 

(C.C*)