13/03/2015 às 23:24

Brasília é sede de Torneio Nacional de Robótica

Jovens de 9 a 16 anos apresentam projetos de pesquisa e robôs para competição até domingo na capital

Por Gabriela Moll, da Agência Brasília


. /Foto: TonyWinston/Agência Brasília

Cerca de 600 estudantes de todas as regiões do Brasil apaixonados por ciência e tecnologia mostraram que robótica é assunto sério sem deixar de lado a diversão. Fantasiados, entoando gritos de guerra e munidos de faixas e estandartes, os jovens de 9 a 16 anos, divididos em 60 equipes participaram, na tarde desta sexta-feira (13), da abertura da etapa nacional da 11ª edição do Torneio de Robótica First Lego League (FLL), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.

É a segunda vez que o DF está na competição e participa com duas equipes, ambas do Gama. No Brasil, o evento, que nomeará uma equipe vencedora neste domingo (15), é uma realização do Serviço Social da Indústria (Sesi), em parceria com a instituição norte-americana First e com a empresa dinamarquesa Grupo Lego.

O tema desta temporada é World Class, que desafia os competidores a desenvolverem propostas voltadas à aprendizagem de forma criativa. Os vencedores seguirão para Saint Louis, no Missouri (EUA), para disputar a etapa internacional em abril.

Inovação
O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, animou-se a receber o evento na cidade, o que ocorre há três anos: “Toda essa energia, essa criatividade, essa inovação, é disso que precisamos para construir um novo Brasil e uma nova Brasília.”

O líder do Executivo local propôs aos alunos medidas para o progresso do País por meio da ciência: “Precisamos de robôs que possam contribuir para melhorar a distribuição de renda; assim teremos um País mais justo, solidário e generoso.”

O presidente da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra-DF), Jamal Jorge Bittar, acrescentou: “Sabemos que são estes os jovens que construirão o nosso futuro.”

O secretário de Educação, Júlio Gregório, destacou que o evento é fundamental porque permite que todos os conhecimentos sejam postos em prática de forma criativa. “A participação neste tipo de evento é o que gera a aprendizagem significativa, o cientista, o aluno criador”, enfatizou.

Também estavam presentes o secretário de Ciência e Tecnologia, Paulo Salles, o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), Aldemir Santana, o diretor de Operações do Sesi Nacional, Marcos Tadeu de Siqueira, e o diretor do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Rafael Lucchesi, além de representantes regionais do Sistema CNI (Confederação Nacional da Indústria).

Pontos turísticos
Rollemberg agradeceu ao Sesi pela iniciativa e sugeriu que os alunos de outras unidades da Federação aproveitassem a viagem para conhecer a cidade: “Brasília é Patrimônio Cultural da Humanidade; nasceu para ser vanguarda de um novo modelo de desenvolvimento do nosso País.”

A estudante do 9º ano do ensino fundamental, Maria Araújo, de 13 anos, veio de Recife (PE) para apresentar um projeto ligado ao consumo consciente e seguiu o conselho do governador um dia antes da abertura do evento. Ela e os colegas da equipe Apoiobot aproveitaram para percorrer os pontos turísticos da capital: “Conhecemos a Catedral, a Torre de TV, o Memorial JK; achei bem legal”, disse a jovem.

Quesitos
Criado em 1998, nos Estados Unidos, o projeto chegou ao Brasil em 2004 e, em Brasília, em 2013. A iniciativa tem como objetivo aguçar a criatividade dos jovens e fortalecer a capacidade de inovação e de raciocínio lógico. Os robôs são projetados, construídos e programados com a tecnologia Lego Mindstorms.

As 60 equipes serão avaliadas em quatro quesitos: projeto de pesquisa, design do robô, desafio dos robôs (em que as equipes programam e testam os protótipos durante partidas de dois minutos e meio) e valores da equipe.

Solidariedade
A Lego of Olympus incorporou a acessibilidade ao tema. Os alunos criaram o Mattatium — caixa com atividades de matemática para o ensino fundamental. “Há material pedagógico, manual, DVD explicativo, tudo adaptado aos deficientes visuais”, explicou a técnica Mayra Rezende. “Incentivamos a competição amigável e a boa postura em relação aos outros.”

A paranaense Kauana Martins, de 14 anos, da equipe Cyber Rex, apresentou um projeto voltado para crianças com autismo. O TEABot (o nome refere-se à sigla Transtorno Espectro Autista) é um robô sensível ao toque, que fecha os braços e corresponde ao abraço de quem o toca. “Tivemos a ideia de distribuir afetividade para todos e conscientizar sobre o autismo”, explicou.

Os integrantes da Lego Field (DF) desenvolveram o website Touch Class, voltado para a turma do 5º ano da Escola Municipal Myriam Pelles, em Santo Antônio do Descoberto (GO). Os estudantes identificaram que os alunos da escola tinham dificuldade em matemática e em português. “A ideia é que seja ampliado para outras escolas”, concluiu Lucas Sampaio, de 13 anos.

Torneio de Robótica First Lego League
De 13 a 15 de março
Centro de Convenções Ulysses Guimarães (Eixo Monumental)

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