01/06/2015 às 22:13

Resultados dos exames para identificar bactéria ficaram prontos

Uma paciente morta na semana passada e outra no domingo (31) estavam com enterococo e uma terceira morreu com KPC, mas ainda não é possível relacionar os óbitos à presença dos micro-organismos

Por Kelly Crosara e Paula Oliveira, da Agência Brasília


. Foto: Tony Winston/Agência Brasília

A Secretaria de Saúde confirmou na tarde desta segunda-feira (1º) a morte de três pessoas que estavam isoladas na enfermaria de cuidados semi-intensivos do Hospital Regional de Taguatinga (HRT). Uma idosa de 70 anos morreu na quinta-feira (28). O resultado do exame dela deu positivo para a bactéria enterococo. Outra mulher, de 80 anos, também estava infectada e teve o óbito confirmado no domingo (31). Uma senhora de 79 anos foi a óbito no mesmo dia, porém estava diagnosticada com outra bactéria, a KPC.

Dos outros 23 pacientes submetidos ao exame para confirmar a presença da enterococo, cinco têm a bactéria no organismo, mas não apresentaram sintomas de infecção. Eles continuam reunidos em uma área específica para não ter contato com outros pacientes, mas foram transferidos para o 2º andar do hospital. As 18 pessoas que tiveram os exames negativos saíram do isolamento. A enfermaria em que estavam desde quinta-feira (28) passará por limpeza de descontaminação e a previsão é que seja reaberta já nesta terça-feira (2).

Os atendimentos na clínica médica, na cardiologia e na cirurgia de emergência foram interrompidos na quinta-feira devido à contaminação pela bactéria enterococo de uma mulher de 79 anos, que havia dado entrada no hospital com pneumonia. Ela permanece em tratamento. As demais especialidades, como pediatria, oftalmologia, ginecologia e obstetrícia, estão abertas normalmente e sem risco de contaminação.

Ainda é desconhecido o motivo da morte das pacientes que haviam sido isoladas na unidade hospitalar. “Os óbitos não necessariamente têm relação com a bactéria; as pacientes eram idosas e apresentavam diversas outras enfermidades”, explicou a infectologista da Secretaria de Saúde Maria de Lourdes Lopes, durante entrevista coletiva.

Entenda
A bactéria enterococo está presente também em organismos saudáveis. Porém, ela pode desenvolver resistência a antibióticos e se tornar mais agressiva em pessoas que passam por tratamento longo com esse tipo de medicação. De acordo com a infectologista Maria de Lourdes, no corpo humano existem vários tipos de bactérias. Quando se tomam antibióticos, algumas delas são tratadas. Outras, porém, podem resistir e se multiplicar.

A intensidade dos sintomas se agrava no caso de pacientes internados em unidades de tratamento intensivo (UTI) e que estejam com a saúde fragilizada. Isso também vale para a KPC. “A resistência bacteriana é um problema de saúde mundial, e o uso excessivo de antibióticos é uma das causas disso”, disse ela.

A contaminação bacteriana se dá por meio do contato físico. A enterococo também sobrevive por semanas no ambiente fora do corpo humano, como em gazes, em paredes e no chão. Por isso a necessidade de isolar a área em que os pacientes estavam internados.

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