10/06/2015 às 15:40, atualizado em 12/05/2016 às 17:50

Sem acordo em audiência no TRT, rodoviários mantêm greve

Governo de Brasília estende a liberação das faixas exclusivas e a carga máxima de vagões no metrô

Por Ádamo Araujo, da Agência Brasília


. Foto: Dênio Simões/Agência Brasília

Atualizado em 10 de junho de 2015, às 13h25

A audiência de conciliação entre rodoviários e empresas de ônibus no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) terminou sem acordo na manhã desta quarta-feira (10). O desembargador André Damasceno marcou um novo encontro para as 9h30 desta sexta (12). Antes, as partes devem apresentar documentos que sustentem suas posições. Dessa forma, a greve continua.

Os diretores do sindicato não compareceram ao TRT. Apenas a advogada Alessandra Martins representou a categoria. Ela disse não ter condições de negociar o cumprimento da liminar que determina que os rodoviários mantenham 70% dos serviços durante os horários de pico — das 5 horas às 9h30, das 11 às 13 horas e das 15 às 19 horas — e 50% nos outros períodos do dia. Ainda de acordo com a advogada, a categoria alegou não ter sido comunicada oficialmente pelo TRT sobre a audiência, afirmação negada pelo tribunal.

Segundo Damasceno, se as partes não se entenderem na próxima audiência, o processo vai a julgamento. “Acredito que seja marcado para a segunda-feira (15), pois os efeitos dessa greve afetam diretamente a população”, projetou o jurista. Ele exige ainda o pagamento de multa diária de R$ 100 mil imposta ao sindicato por descumprir a determinação dos quantitativos mínimos de ônibus em circulação.

Participaram da audiência o secretário de Mobilidade, Carlos Tomé, e a procuradora-geral do Distrito Federal, Paola Aires. Eles não foram convidados a expor a posição do governo de Brasília, que segue trabalhando para amenizar os impactos da falta de ônibus nas ruas. “Aguardávamos um acordo entre as partes, ao menos que fosse para garantir o cumprimento da oferta mínima do serviço”, destacou Tomé.

Propostas
O aumento de 8,34% oferecido pelas empresas diz respeito ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação. Nesse caso, não há necessidade de participação governamental. Para o advogado das empresas de ônibus, Ophir Cavalcanti, existe a pré-disposição dos patrões em negociarem, mas dentro de um patamar dentro da realidade econômica do DF. “No ano passado, eles receberam 20% de reajuste salarial”, lembra.

O Sindicato dos Rodoviários realizou assembleia nas proximidades da Rodoviária do Plano Piloto nesta manhã, no mesmo horário da audiência. Na ocasião, chegaram a uma nova proposta de reajuste: 10,2% de aumento salarial — em vez de 20% — e 11% no tíquete-alimentação e no plano de saúde — em vez de 30%.

Faixas exclusivas e metrô
Com a continuidade da paralisação, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e o Departamento de Trânsito do DF (Detran) mantêm a liberação das faixas exclusivas, até meia-noite, da Estrada Parque Taguatinga (EPTG), da Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB), das vias do Setor Policial Sul e da W3 Sul e Norte.

A Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) também segue com o plano emergencial que coloca carga máxima de trens — 26 veículos — no horário de pico estendido, das 6 horas às 9h45 e das 16h45 às 21 horas.

Leia também:

Metrô amplia a carga máxima de trens

Veja a galeria de fotos: