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16/06/2015 às 17:12, atualizado em 12/05/2016 às 17:50
Trabalhadores de empresa que atende quatro regiões administrativas alegam não receber salários desde março
Uma paralisação de 242 funcionários da empresa MCS Transportes Ltda. deixou cerca de 15 mil usuários sem micro-ônibus, mais uma vez, na manhã desta terça-feira (16), em Brasília. Doze linhas que operam na Estrutural, no Recanto da Emas, no Riacho Fundo II e no Guará não funcionaram. A alegação dos trabalhadores é a de que os salários estão atrasados desde março.
Segundo um dos diretores do Sindicato dos Rodoviários, Carlos Eduardo Nascimento, há 20 dias o serviço já vinha sendo prejudicado, mas agora os funcionários decidiram não tirar quaisquer micro-ônibus da garagem da companhia. “A luta é para que a Viação Urbi contrate esses trabalhadores, porém as negociações estão emperradas, já que as linhas ainda não foram liberadas para essa empresa”, explica.
O subsecretário de Fiscalização, Auditoria e Controle (Sufisa), da Secretaria de Mobilidade, Fernando Pires, informa que desde o dia 27 de maio a empresa apresenta graves problemas de operação, como falhas no cumprimento das viagens e irregularidades no horário de atendimento. Em alguns dias, o serviço era totalmente paralisado.
Pires ressalta que a multa por viagem não realizada é de R$ 270 na primeira autuação, e de R$ 540 nas reincidentes. Até o final da tarde desta terça-feira (16), a Sufisa encaminhará um relatório para o Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans) sobre o problema na prestação do serviço. “Caso não volte a atender à população, a MCS incorrerá em descumprimento de contrato, podendo perder a concessão das linhas”, informa o subsecretário.
O DFTrans e a Secretaria de Mobilidade já pensam em um plano emergencial para não prejudicar os usuários do transporte público. A autarquia e a pasta estudam deslocar outra viação — Urbi, Marechal ou São José — para atuar provisoriamente durante a carência de linhas. Apesar de ter personalidade jurídica de uma empresa, a MCS Transportes Ltda. atua como uma cooperativa. Nesse modelo de operação, vários permissionários se associam na prestação do serviço.
Dívida com as cooperativas
O governo de Brasília acumula uma dívida de R$ 6 milhões, entre os anos de 2013 e 2014, com 11 cooperativas responsáveis pelo transporte público de micro-ônibus no DF — Planeta, MCS, MLF, Cootransp, Cootarde, Coobrataete, Coopertran, Coopatag, Cootaspe, Cootarde Convencional e Cooperride. Um projeto de lei que prevê a liberação de crédito para a liquidação dessa pendência tramita na Câmara Legislativa, ainda sem previsão de votação.
A Associação das Cooperativas e Permissionárias de Transporte Público Coletivo tentam com o Executivo local a equiparação do valor das passagens cobradas nos micro-ônibus com as tarifas praticadas pelas empresas de ônibus em circulação no Distrito Federal. No mês passado, representantes da categoria reivindicaram ao governo um subsídio para complementar a diferença das tarifas, atualmente fixadas em R$ 1,50 e R$ 2.
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