23/06/2015 às 20:02, atualizado em 12/05/2016 às 17:50

Estudos para mudanças na malha de ônibus de Brasília já começaram

A ideia é reduzir o número de linhas, aumentar a frequência de veículos e diminuir o tempo de viagens. Empresas têm até 90 dias para apresentar propostas

Por Paula Oliveira, da Agência Brasília


Secretário de Mobilidade de Brasília, Carlos Tomé
Secretário de Mobilidade de Brasília, Carlos Tomé. Foto: Renato Araújo/Agência Brasília

Até o fim deste ano, a população de Brasília deverá começar a sentir os efeitos das mudanças na malha de ônibus da cidade. A expectativa da Secretaria de Mobilidade, que já deu início aos estudos para alterar o sistema em vigor, é reduzir a quantidade de linhas, encurtar as distâncias entre a origem e o destino e minimizar o tempo de espera do passageiro nas paradas e nos terminais. As cinco empresas que prestam serviço de transporte público para o Distrito Federal têm de 60 a 90 dias para apresentar propostas de adaptações nas regiões em que atuam. O Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans), por sua vez, terá 45 dias para analisar os projetos e homologar a nova estrutura.

O secretário de Mobilidade, Carlos Tomé, lembra que a cidade cresceu de maneira desordenada e a quantidade de linhas seguiu da mesma maneira. “Algumas delas estão sobrepostas e poderiam muito bem ser concentradas”, afirma. Pela lógica do novo sistema, no lugar de mais de uma linha de ônibus com trajetos parecidos haverá uma única, com menos voltas e mais veículos no percurso. Assim, o tempo de espera será menor.

O sistema antigo de remuneração estimulava a criação indiscriminada de linhas, já que era baseado unicamente na tarifa paga pelo passageiro. Com a licitação para mudar o sistema de transporte, em 2011, definiu-se que as empresas passariam a receber a tarifa técnica por pessoa transportada — parte paga pelo Executivo (subsídio) e parte pela população. Outra mudança foi a divisão de Brasília em cinco regiões (bacias), cada uma delas explorada comercialmente por uma concessionária.

A mudança certamente se refletirá na vida da população. Algumas paradas de ônibus serão extintas e outras, criadas. “O passageiro vai ter que andar um pouco mais para chegar à parada, mas o trajeto inteiro que dura duas horas, vai ser reduzido para 40 minutos”, exemplifica. Assim que a malha estiver definida, haverá divulgação e orientação a fim de deixar a população ciente de onde deve pegar o ônibus e a que horas ele passará.

O fato de as empresas apresentarem o planejamento — e de o governo analisar e homologar — parte de alguns pressupostos. “Elas são responsáveis pelas bacias e têm capacidade técnica para definir a programação operacional do serviço. Além disso, têm mais agilidade que o governo para mudar o que precisa ser mudado.” Tomé reconhece que o governo de Brasília não tem condições de assumir a total responsabilidade dos estudos. Os custos das empresas serão incorporados e não haverá ônus extra para a administração pública nem para o usuário.

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