23/06/2015 às 19:21, atualizado em 12/05/2016 às 17:50

Governo e cooperativas buscam saída para evitar paralisação dos trabalhadores

Secretaria de Mobilidade pediu uma semana de prazo para estudar possibilidades de oferecer subsídio financeiro às passagens pagas pelos usuários

Por Ádamo Araujo, da Agência Brasília

O governo de Brasília convidou a Associação das Cooperativas de Transporte do Distrito Federal para uma conversa, no Palácio do Buriti, com o objetivo de tentar evitar a paralisação de 72 horas dos trabalhadores de micro-ônibus — cujo início está previsto para quinta-feira (25). Durante a reunião, na manhã desta terça-feira (23), o secretário de Mobilidade, Carlos Tomé, pediu uma semana de prazo para estudar possibilidades de oferecer subsídio financeiro às passagens pagas pelos usuários, assim como ocorre com as empresas de ônibus — São José, Marechal, Urbi, Piracicabana e Pioneira. “É importante dizer que o contrato com as cooperativas não contempla o acréscimo da tarifa técnica”, explicou Tomé. Essa tarifa é a que o Executivo local paga às empresas para completar o valor das passagens.

Os representantes dos patrões reúnem-se com o Sindicato dos Rodoviários no fim desta tarde, quando a categoria decide se mantém o indicativo de greve para a quinta-feira. A diretoria do sindicato preferiu não se antecipar sobre o encontro. Diógenes Nery, um dos diretores, disse que a classe não foi comunicada oficialmente sobre a solicitação do governo para adiar a greve.

Reivindicações
O advogado das cooperativas, Wagner Pereira, informou que os trabalhadores pedem equiparação de salários e benefícios com os recebidos pelos funcionários das empresas de ônibus. Isso significaria reajuste salarial de 20%, aumento no tíquete-alimentação de outros 20% e redução da jornada de trabalho em 40 minutos, passando para seis horas diárias.

A Secretaria de Relações Institucionais e Sociais entende que negociações referentes a reajustes cabem a patrões e empregados. O governo de Brasília entra como mediador das discussões e, nesse caso, a Secretaria de Mobilidade participa para buscar um equilíbrio econômico e orçamentário capaz de ajudar na vida financeira das cooperativas. Tomé praticamente descartou a possibilidade de aumento no preço das passagens. “Não há que se falar em alta enquanto a qualidade do serviço não melhorar.”

Participou também do encontro o secretário-adjunto de Relações Institucionais e Sociais, Manoel Alexandre.

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