24/06/2015 às 13:39

Pesquisa aponta leve alta do desemprego em maio no DF

Quatorze mil postos foram gerados, número insuficiente para absorver os brasilienses que passaram a integrar a força de trabalho

Por Isaac Marra e Samira Pádua, da Agência Brasília


Comércio de São Sebastião: o setor teve crescimento de 2,8% no número de vagas em todo o Distrito Federal
Comércio de São Sebastião: o setor teve crescimento de 2,8% no número de vagas em todo o Distrito Federal. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

Atualizado em 24 de junho de 2015, às 14h02

A taxa de desemprego em Brasília apresentou alta em maio e chegou a 14,4%, contra os 14,1% verificados em abril. O número de desempregados foi estimado em 225 mil pessoas, 10 mil a mais do que o registrado no mês anterior. A maior taxa de desemprego está entre os jovens de 18 a 24 anos, 25,6%. Apesar disso, o valor é menor do que o registrado em abril, que foi de 26,9%.

As informações são da Pesquisa de Emprego e Desemprego no Distrito Federal (PED-DF), realizada pela Secretaria do Trabalho e do Empreendedorismo, pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) e pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em parceria com a Fundação Sistema Estadual de Análises de Dados vinculada à Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado de São Paulo.

O estudo mostra que a população em idade ativa — maiores de 10 anos — cresceu de 2,480 milhões em abril, para 2,483 milhões em maio, enquanto a população economicamente ativa — parcela em idade ativa que está ocupada ou desempregada — subiu de 1,532 milhão para 1,555 milhão, ou seja, um acréscimo de 23 mil trabalhadores.

O levantamento também aponta que o crescimento do nível de ocupação — 14 mil vagas foram geradas em maio — foi insuficiente para absorver o aumento do número de pessoas (23 mil) que passaram a integrar a força de trabalho da região.

A criação dessas 14 mil vagas deveu-se ao crescimento de 2,8% ocorrido no comércio, que contratou 7 mil trabalhadores, e nos serviços, que recebeu 5 mil novos funcionários — alta de 0,5% em relação a abril. Os setores de construção e indústria de transformação mantiveram-se estáveis, com geração de mil postos de trabalho em cada segmento a mais do que em abril.

Embora tenham crescido em quantidade — aumentou 5,5%, ou 8 mil pessoas —, os autônomos viram seu rendimento médio cair 1,7%, passando de R$ 1.747 para R$ 1.718. O total de empregados domésticos subiu 3,6% com 3 mil contratações.

Carteira assinada
No setor privado, o aumento no número de trabalhadores com carteira assinada foi de 0,5%. “Apesar de termos tido o saldo de 3 mil postos de trabalho com carteira assinada, o resultado da informalidade superou o da formalidade nessa análise mensal”, comenta a coordenadora da PED pelo Dieese, Adalgiza Amaral.

De acordo com o secretário-adjunto do Trabalho e do Empreendedorismo, o aumento da taxa de desemprego já era previsto, tendo em vista fatores como a falta de recursos no governo para investimento e a falta de estímulo ao consumo — o que impacta no setor produtivo. “Estamos tentando buscar uma alternativa, uma saída para isso”, explica.

Ele ainda destaca que, desde o lançamento do Prospera 2015, em maio, foram liberados quase R$ 1 milhão em créditos, dos R$ 6 milhões disponíveis. Tem direito ao empréstimo micro e pequenos empreendedores, microempreendedores individuais, agricultores familiares e cooperativas.

Metodologia
A PED mostra que, entre abril e maio de 2015, a alta do desemprego atingiu 19 regiões administrativas do Distrito Federal que são divididas em três grupos e formam a área de cobertura da PED-DF. No primeiro, que reúne as regiões de renda mais alta — Plano Piloto, Lago Sul e Lago Norte —, a taxa de desemprego passou de 6,1% para 6,4%; no grupo 2, que compreende as regiões do Gama, de Taguatinga, de Sobradinho, de Planaltina, do Núcleo Bandeirante, do Guará, do Cruzeiro, da Candangolândia e do Riacho Fundo, consideradas de renda intermediária, passou de 11,9% para 12,2%.

No 3, formado por Brazlândia, Ceilândia, Samambaia, Paranoá, São Sebastião, Santa Maria e Recanto das Emas, tidas como de renda baixa, cresceu de 16,9% para 17,3%.

O estudo é realizado com base na seleção de aproximadamente 2,9 mil domicílios/mês, sem repetições das unidades escolhidas. Isso garante amostra de, no mínimo, 6 mil residências por trimestre. As informações são agregadas em trimestres. Por exemplo, a taxa de desemprego de fevereiro corresponde aos meses de dezembro, janeiro e fevereiro. Dessa forma, o índice equivalente a maio decorre das informações colhidas em março, abril e maio.

O levantamento coleta informações sobre todos os moradores do domicílio, sendo realizadas entrevistas individuais com as pessoas de 10 ou mais anos de idade.

Acesse a íntegra da Pesquisa de Emprego e Desemprego do DF.

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