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26/06/2015 às 14:00
Apenas 6,5 mil meninas de 9 anos — 31% do público-alvo — foram imunizadas. Enfermeira diz que resistência dos pais ainda é o principal obstáculo
Com quase quatro meses de campanha, a vacinação em Brasília contra o HPV (vírus do papiloma humano) alcançou 31% do público-alvo: meninas de 9 anos. Até segunda-feira (22), foram vacinadas 6.524 garotas dessa faixa etária e 15.395 de 9 a 15 anos. A mobilização começou em março, termina em dezembro e visa proteger contra o câncer de colo de útero.
A Secretaria de Saúde considera a porcentagem dentro da expectativa e acrescenta que a meta é atingir 80% do grupo principal — 21 mil meninas. “Esse número tende a aumentar porque ao longo do ano mais garotas completarão 9 anos e poderão receber a primeira dose”, espera a chefe do Núcleo de Imunização do órgão, Eudóxia Dantas.
De acordo com a enfermeira, a resistência dos pais e responsáveis em levar as filhas para receber a imunização é o maior obstáculo, apesar de o Ministério da Saúde garantir que não causa reação. A vacina é contraindicada apenas para gestantes e meninas com hipersensibilidade ao princípio ativo (sulfato de hidroxifosfato de alumínio amorfo). As doses estão disponíveis em todos os centros de saúde, e os interessados devem levar o cartão de vacinação e um documento de identidade.
O governo federal ofereceu 45 mil doses quadrivalentes para Brasília. Elas protegem contra quatro tipos de vírus: HPV 6, 11, 16 e 18. Neste ano, a campanha integra o calendário de vacinação do Ministério da Saúde.
Portadoras de HIV
Em 2015, a secretaria incluiu também como público-alvo mulheres entre 9 e 26 anos portadoras do vírus da aids. O número de imunizadas que fazem parte desse grupo é considerado inexpressivo — não passa de cem pessoas. Na análise de Eudóxia Dantas, os motivos da baixa adesão podem ser o receio das reações ou a vergonha de expor a condição de ter aids. Mulheres portadoras de HIV têm cinco vezes mais chance de desenvolver câncer de colo do útero.
Crianças desse grupo com até 12 anos devem ser imunizadas no Hospital Materno-Infantil, na Asa Sul; e as demais, na Asa Norte, em Ceilândia, em Taguatinga, no Gama, em Planaltina e em Sobradinho. Todas devem levar a prescrição da vacina assinada por um médico e a caderneta das imunizações.
Doses
Os estudantes que receberam a primeira dose em anos anteriores e desejam continuar com as outras duas etapas também devem procurar um posto de saúde. O ideal, segundo a enfermeira, é dar um intervalo de seis meses entre a primeira e a segunda imunizações.
As meninas vacinadas em março podem tomar a segunda dose em setembro e a terceira em cinco anos: “É importante que todos tenham consciência de que o cronograma deve ser cumprido, pois vacinar apenas uma vez não tem eficácia”.
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