14/07/2015 às 00:23, atualizado em 12/05/2016 às 17:50

Rodoviários da TCB estão em greve

Trabalhadores reivindicam aumento salarial e outros benefícios. Diretor da empresa lembra que governo está impossibilitado de conceder reajustes por causa da Lei de Responsabilidade Fiscal

Por Da Agência Brasília

Em assembleia no fim da tarde desta segunda-feira (13), os rodoviários rejeitaram a proposta feita pela Sociedade de Transportes Coletivos de Brasília (TCB) de renovar os itens do acordo coletivo assinado em 2013 e decidiram manter a greve iniciada nesta manhã.

Os 103 motoristas, 92 cobradores e 46 funcionários que trabalham na manutenção dos veículos reivindicam, entre outras coisas, aumento de 20% nos salários e 50% no tíquete-alimentação, extensão do plano de saúde aos familiares e reconhecimento do direito de herdeiros — para que eles recebam benefícios caso o empregado tenha pedido demissão voluntária e morra antes de se desligar da TCB.

As demandas da categoria foram ouvidas na sexta-feira (10), quando o diretor da empresa, Jean Marcel Fernandes, disse aos trabalhadores que o governo está impossibilitado de fazer reajustes econômicos porque atingiu o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal com gastos de pessoal — de 46,55%. “Nossas ideias estão relativamente alinhadas, e queremos resolver o problema, mas não há como conceder o reajuste salarial por enquanto”, explica.

Na reunião, o governo propôs a renovação do acordo coletivo. O documento tem validade de dois anos. O último foi assinado em 2013 e incluía carga horária de seis horas diárias, plano de saúde no valor de R$ 184, tíquete-alimentação de R$ 860, empréstimo de férias no valor de até um salário pago em 10 vezes sem juros e auxílio-creche de R$ 330.

Protesto
Representantes do Sindicato dos Rodoviários posicionaram-se em frente à sede da TCB, no Setor de Garagens Oficiais Norte, e impediram a entrada dos 55 funcionários que trabalham na área administrativa. Com a paralisação dos ônibus, cerca de 18 mil passageiros estão desassistidos. A empresa estuda a possibilidade de entrar na Justiça para que o serviço seja retomado com o porcentual mínimo necessário.

A TCB conta com 33 ônibus em 14 linhas, como as que atendem as áreas rurais do Paranoá e de Planaltina e as executivas do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek para os Setores Hoteleiros Norte e Sul e do Sudoeste para a Esplanada dos Ministérios.

Pioneira
Por um breve período na manhã desta segunda-feira (13), a empresa Pioneira também interrompeu os serviços. Os rodoviários pediram a inclusão de cobradores nos veículos do Expresso Sul (que liga Santa Maria e Gama ao Plano Piloto). Segundo a Secretaria de Mobilidade de Brasília, a mudança não está prevista, porque que os veículos possuem validadores e só param nos terminais.

Com uma frota de 640 ônibus, a Pioneira atende usuários de nove regiões administrativas: Candangolândia, Gama, Itapoã, Jardim Botânico, Lago Sul, Paranoá, Park Way, Santa Maria e São Sebastião. Representantes da empresa informaram que os ônibus e o BRT Sul voltaram a rodar às 11 horas.