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27/07/2015 às 19:50
Único representante do DF na categoria, documentário de John Howard Szerman leva a trajetória do maestro à mostra competitiva da 48ª edição do evento
Entre os seis longas-metragens que concorrerão à mostra competitiva do 48º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, de 15 a 22 de setembro, o filme Santoro — O Homem e sua Música (2015), do diretor inglês John Howard Szerman, é o único representante de Brasília na categoria. A obra traz um panorama das fases profissionais e pessoais do músico, compositor e maestro Claudio Santoro (1919-1989). Os demais longas são do Paraná, de Pernambuco, do Rio Grande do Sul, do Rio de Janeiro e de São Paulo.
“Foi um grande desafio escolher entre os 130 filmes”, ressaltou o curador e cineasta Sérgio Moriconi, em anúncio feito pela Secretaria de Cultura, na manhã desta segunda-feira (27), na Sala Pompeu de Sousa, na secretaria, no Anexo do Teatro Nacional Claudio Santoro. “Fizemos questão de avaliar as linhas filmográficas de cada produção e focamos na qualidade das obras”, reforçou Moriconi, membro da comissão de seleção do festival. Os participantes vão disputar 24 categorias de prêmios no valor total de R$ 340 mil.
Documentário
A produção cinematográfica sobre o regente começou em 2009, por sugestão da viúva do homenageado, a coreógrafa de balé clássico Gisèle Santoro. “Ela comentou que cada vez menos gente a procurava para saber sobre a obra de Claudio Santoro”, contou Szerman. Com o objetivo de preservar a memória do compositor, o cineasta — que tem ligação com a música erudita desde criança — começou a buscar dados para criar o roteiro. “Em 2011, conseguimos financiamento do FAC [Fundo de Apoio à Cultura] e em 2012 começamos a filmar.”
O pianista Alessandro Santoro, filho de Claudio, participou da sonoplastia e é o responsável pela trilha sonora. “Essa parceria foi essencial para nós; com base na música conseguimos fazer uma relação com cada fase da vida de Santoro”, relatou o diretor.
Considerado um dos mais importantes músicos eruditos do Brasil, o nome do maestro acompanha a orquestra criada por ele em 1979. O documentário registrou quatro sinfonias e obras com as Orquestras Sinfônicas Brasileira (RJ) e do Teatro Nacional Claudio Santoro (DF), a Filarmônica de Minas Gerais e a do Amazonas; as Cameratas do Brasil (DF) e a Aberta (SP), além de músicos em formações variadas: solo, duo, trio e quarteto.
Em uma hora e 25 minutos de duração, o filme reúne depoimentos do protagonista, de familiares, de biógrafos, de amigos e de especialistas em música clássica. A produção apresenta ainda maestros que já passaram pela Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, como Júlio Medaglia, Silvio Barbato e o atual regente titular, Claudio Cohen.
Direção
O inglês John Howard Szerman, de 68 anos, vive em Brasília desde 1993. Entre os principais trabalhos como diretor, destacam-se: Assim Falava Zaratustra (Londres, 1975), Footage Filmed (Londres, 1974), Duel (Londres, 1974) Capoeira of Brazil (Londres, 1973) e Caetano Veloso: O Tesouro da Juventude (Londres, 1970).
Na direção de fotografia e como cinegrafista, trabalhou, entre outras produções, em Rit Folie, de Luiz Eduardo Prado (Paris, 1973), A Idade da Terra, de Glauber Rocha (Brasil, 1980) e Uaká, de Paula Gaetan (Brasil, 1986), com a qual levou o prêmio de Melhor Fotografia em 16 milímetros no 21º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.
Homenagens
Os dois representantes de Brasília que disputam prêmios na mostra competitiva do festival homenageiam profissionais que fizeram carreira na cidade. Na categoria curtas e médias, o brasiliense Naji Sadki levará ao público a história do cinegrafista Afonso Brazza com o documentário Afonso é uma Brazza (2015). Sadki também concorre na Mostra Brasília, parte da programação do festival específica para diretores locais.
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