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27/07/2015 às 16:37, atualizado em 01/10/2016 às 16:00
Desconhecimento ainda é responsável por baixo número de denúncias em Brasília. Semana nacional de enfrentamento ao crime foi aberta em solenidade na Rodoviária do Plano Piloto
Pelo menos 36 moradores de Brasília foram atendidos por suspeita de terem sido vítimas do tráfico de pessoas entre janeiro de 2012 e junho de 2015, de acordo com a Secretaria de Justiça e Cidadania. Os dados ainda são imprecisos por se tratar de uma modalidade de crime pouco conhecida pela população, o que gera um baixo índice de denúncias. Com o objetivo de prevenir e conscientizar as pessoas desse problema, foi aberta, nesta segunda-feira (27), a Semana Nacional de Mobilização para o Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, na Rodoviária do Plano Piloto.
Na ocasião, foi lembrado o Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, que ocorre em 30 de julho, e lançada a campanha internacional Coração Azul, símbolo escolhido para representar a luta. As atividades seguem até 10 de agosto, data em que será realizada uma audiência pública sobre o tema na Câmara Legislativa. Nesta terça-feira (28), um encontro reunirá técnicos da Rede de Atenção ao Migrante, Refugiado e Tráfico de Pessoas, a partir das 8h30, na Escola de Governo do Distrito Federal. Já no sábado (1º), será a vez de uma caminhada mobilizar cidadãos pela causa no Parque da Cidade Dona Sarah Kubitscheck.
A colaboradora do governo Márcia Rollemberg, esposa do governador Rodrigo Rollemberg, participou da solenidade e se disse alarmada com o número de vítimas em todo o mundo — que chega a 20 milhões de pessoas por ano e movimenta US$ 32 bilhões. Desse valor, 85% provém da exploração sexual, segundo informações da Organização das Nações Unidas (ONU). “Essa é a terceira atividade ilegal mais lucrativa, ficando atrás apenas do tráfico de armas e de drogas. Um absurdo que temos que combater.”
O secretário de Justiça e Cidadania, João Carlos Souto, afirmou que esse é o tipo de crime que só será resolvido por meio da mobilização social. “É uma realidade que afeta milhares de pessoas e que ainda é de difícil percepção, por isso precisamos unir forças nessa luta.” Segundo ele, a denúncia é a forma mais eficaz de combate à criminalidade. Para fazê-la, deve-se entrar em contato com as autoridades pelo Disque 100 (denúncia nacional), Disque 180 (central de atendimento à mulher) e 190 (emergência da Polícia Militar).
Mulheres
A subsecretária de Políticas para Justiça e Cidadania do Distrito Federal, Joana D’arc Melo, informou que tanto em Brasília, como em todo o mundo, o tráfico com a finalidade de exploração sexual de mulheres é o mais praticado. “As vítimas são iludidas por uma oportunidade de trabalho fora de suas cidades, ou mesmo por falsas agências de modelo, mas existe também o tráfico para trabalho escravo, de órgãos e também para a adoção ilegal.” Este mês, um homem foi preso no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek suspeito do crime de tráfico de órgãos ao tentar embarcar com um grupo de garotos, entre 11 e 16 anos, para a Bahia.
Também participaram da cerimônia de abertura a coordenadora Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas da Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça, Heloísa Greco; a defensora pública da União, Mariana Lucena de Nascimento; o diretor-executivo do escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, Rafael Franzini; e a secretária de Políticas para as Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, Marise Ribeiro Nogueira.
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