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29/07/2015 às 13:13
No último mês, índice foi de 14,2%, contra 14,4% em maio. Setor da construção gerou 11 mil postos de trabalho
Atualizado em 29 de julho de 2015, às 14h15
Brasília apresentou, em junho, taxa de desemprego de 14,2%. O índice, de acordo com a Pesquisa de Emprego e Desemprego no Distrito Federal (PED-DF) de junho, demonstra relativa estabilidade, já que, em maio, o número registrado chegou a 14,4%. O levantamento foi divulgado nesta quarta-feira (29), durante entrevista coletiva no auditório da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan).
No último mês, os desempregados ficaram estimados em 223 mil pessoas — 2 mil a menos que em maio. Isso decorreu do crescimento do nível de ocupação (1,1% ou o equivalente à geração de 14 mil postos de trabalho entre maio e junho) em número um pouco maior ao da população economicamente ativa (maiores de 10 anos que estão ocupados ou desempregados): 0,8%, que representa a entrada de 13 mil pessoas na força de trabalho.
A alta de 1,1% fez com que o nível de ocupação passasse a ser calculado em 1,345 milhão de pessoas. Por setor, tal desempenho resultou do crescimento na construção (15,1% ou geração de 11 mil postos de trabalho), no comércio (2,3% ou 6 mil) e, em menor medida, nos serviços (0,3% ou 3 mil). A indústria de transformação foi o único que teve redução: queda de 8,5% ou eliminação de 4 mil postos de trabalho.
Segundo a posição na ocupação, houve aumento de 1,2% no total de assalariados — resultado do desempenho positivo do setor privado (1,9%), uma vez que no público houve relativa estabilidade (- 0,3%). Na iniciativa privada, identificou-se crescimento de 1,5% (ou 9 mil) no número de trabalhadores com carteira assinada e de 4,2% (ou 4 mil) no de sem registro. Também elevou-se a quantidade de autônomos (3,9% ou 6 mil). “O mercado de trabalho ainda mostra fragilidade, pois a informalidade continua a superar a formalidade”, comenta Adalgiza Amaral, coordenadora da PED pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). “As empresas passam por momento de crise e os trabalhadores buscam outros meios para encontrar uma ocupação e sustentar a família.”
A pesquisa também mostra que o rendimento médio real dos ocupados — todos os ganhos do mês do trabalho principal — registrou, entre abril e maio deste ano, um aumento de 0,4%, passando para R$ 2.710.
Para o secretário do Trabalho e do Empreendedorismo, Georges Michel Sobrinho, os dados são importantes para nortear as ações do governo. “A pesquisa dá um parâmetro de onde temos que trabalhar para minimizar o desemprego.”
Regiões
Em análise das taxas de desemprego por grupos de regiões administrativas, conforme o nível de renda, entre maio e junho deste ano, o grupo com as áreas de rendimentos mais altos — como Lagos Sul e Norte — foi o único com aumento: de 6,4% para 7,4%. Já o intermediário, a exemplo de Taguatinga e Planaltina, permaneceu relativamente estável, com 12,2% em maio e 12% em junho. No das regiões de renda mais baixa, como Samambaia e Santa Maria, houve redução de 17,3% para 16,9%.
Apesar da queda geral na taxa de desemprego, o presidente da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), Lucio Rennó, lembra que o número ainda preocupa. “Quando comparamos Brasília às demais regiões metropolitanas do Brasil [onde é feita a pesquisa], temos aqui o segundo índice mais alto”. O topo é ocupado por Salvador, com 18%. Ainda assim, segundo o Dieese, entre as localidades, apenas na capital federal foram gerados postos de trabalho.
Pesquisa
A PED-DF é feita por meio de convênio entre a Secretaria do Trabalho e do Empreendedorismo, a Codeplan, o Dieese e a Fundação Sistema Estadual de Análises de Dados, vinculada à Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado de São Paulo.
Também estiveram presentes na divulgação da pesquisa o diretor de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da Codeplan, Bruno Cruz, e o economista do Dieese Clovis Scherer.
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