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20/08/2015 às 13:46
Interessados em participar da seleção deste ano, como o produtor cultural Henrique Rocha, têm até 4 de outubro para se cadastrar no primeiro bloco, que contemplará cerca de 370 projetos em dez áreas
A espera pelo novo edital do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) de Brasília terminou. Na manhã desta quinta-feira (20), o texto, que contemplará cerca de 370 projetos, foi publicado no Diário Oficial do Distrito Federal. Os projetos culturais, com toda a documentação exigida, deverão ser enviados da 0 hora de sexta-feira (21) até as 23h59 de 4 de outubro, por meio de sistema eletrônico. O endereço para acesso estará disponível no site da Secretaria de Cultura.
Neste ano, por iniciativa da secretaria, a sociedade pôde contribuir na elaboração do documento final via consultas públicas ao vivo — como na série de encontros Diálogos Culturais — e pela internet, em página criada com essa finalidade. “Passado o processo, construímos uma proposta de edital, apresentamos ao público e abrimos novamente para sugestões”, explica Thiago Rocha Leandro, subsecretário de Fomento e Incentivo Cultural, da Secretaria de Cultura. “Recolhemos outras demandas e levamos ao colegiado do Conselho de Cultura, que fechou o projeto final.”
De acordo com o subsecretário, a maioria das sugestões foi acatada. Aquelas que não puderam ser aproveitadas eram inviáveis por questões orçamentárias ou por demandarem alterações na lei. “Vamos manter a participação pública como ponto principal na elaboração de novos editais”, assegura Leandro.
Valores
O valor do primeiro bloco é de R$ 33,67 milhões, divididos entre: artes plásticas, visuais e fotografia; artesanato; cultura popular e manifestações tradicionais; dança; design e moda; literatura, livros e leitura; manifestações circenses; música; ópera e musicais; patrimônio histórico e artístico material e imaterial. O edital abrange também propostas que mesclem duas ou mais categorias, desde que o proponente informe qual a linguagem predominante.
O segundo distribuirá cerca de R$ 20 milhões entre projetos audiovisuais e de ações que englobem políticas públicas e regionalização. O subsecretário estima que o próximo bloco seja lançado ainda durante as inscrições do inicial.
Projetos
Para o produtor cultural Henrique Rocha, que participa das seleções do FAC desde 2010, o novo edital representa um avanço. “Será o primeiro texto elaborado verdadeiramente entre sociedade e Estado”, comemora. Rocha, de 36 anos, foi um dos representantes da classe artística que esteve nas consultas públicas promovidas pela Cultura durante a fase de construção do documento. “Escutaram nossas demandas, filtraram sugestões e fizeram um grande debate aberto.”
Segundo ele, o segmento está em constante transformação. “Há uma tendência de diminuir a dependência dos recursos públicos; começamos a comercializar a cultura, estimular o mercado privado”, aponta. Com as dificuldades financeiras da máquina pública, Rocha destaca que a oferta de produtos culturais também cai, mas o papel dos agentes da área, afirma, é se adaptar à realidade do mercado para buscar atender à demanda.
Paraibano e morador de Brasília desde 2006, o gestor pretende inscrever ao menos quatro projetos no edital de 2015. “Quero seguir a linha dos eventos: exposições, mistura entre artes visuais e teatro, música e festivais de cinema”, adianta. Em 2014, Rocha fez parte de quatro projetos que tiveram recursos do fundo nas áreas de artes visuais, formação de plateia, cinema e música. Com três ações em execução e uma em pré-produção, ele se prepara para o Arte Quentinha, projeto que, em setembro, levará para as padarias de Brasília 24 obras de diferentes artistas impressas em 130 mil sacos de pão. Além de incentivar a produção local, a proposta homenageia o artista plástico Glenio Bianchetti (1928-2014), fundador do ateliê de artes visuais da Universidade de Brasília.
O músico, escritor, cineasta e gestor de ideias RC Ballerini também contribuiu nos processos para elaboração da minuta do edital. “Notei avanços importantes na publicação, achei excelente”, reconhece. O artista teve projetos aprovados no ano passado como proponente, como membro de equipe e outros quatro em que atuou como consultor de produção cultural para clientes. Juntos, os trabalhos receberam R$ 333,8 mil. “Para nós é importante que os pagamentos de 2015 ocorram ainda neste ano”, alerta Ballerini, em referência ao atraso para repasses aos contemplados em 2014.
Ballerini participa dos editais do FAC desde 2004. Em 2015, pretende se inscrever como autor no edital de literatura e pleitear recursos novamente em outras áreas com propostas de clientes.
Cadastro
Para concorrer ao benefício financeiro oferecido pelo fundo, é preciso ter cadastro de ente e agente cultural (Ceac), morar em Brasília há pelo menos dois anos e comprovar atividade artística ou cultural por meio de portfólio.
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