Filmado em Rio Claro, no interior de São Paulo, o documentário Command Action, que abre a mostra competitiva do 48º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro nesta quarta-feira (16), já chega às telas brasilienses com a experiência de grandes produções. Em maio, o filme foi lançado na 54ª Semaine de la Critique, mostra paralela do Festival de Cannes, na França.
No mês seguinte, o curta-metragem passou pelo 23º Curtas Vila do Conde, em Portugal, e desembarcou no Brasil em agosto para o 26º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo. De Brasília, a produção segue para o 59º Festival de Cinema de Londres, na Inglaterra, de 7 a 18 de outubro. “Participar do festival de Brasília é uma grande oportunidade para mostrar o caráter experimental de nosso trabalho”, destaca o diretor João Paulo Miranda Maria, de 32 anos.
Roteiro
Nos 13 minutos de duração, o curta apresenta um dilema entre a infância e a maturidade. “O protagonista, pré-adolescente, não sabe se compra comida para a família ou um brinquedo eletrônico”, conta o diretor. Nascido em 1982, em Porto Feliz (SP), o cineasta explica que quis trazer ao filme o realismo do dia a dia em uma feira no interior do estado. “Trouxemos alunos de escolas públicas, moradores e feirantes do bairro onde se fizeram as gravações.”
O filme foi pensado em agosto de 2014, e as filmagens ocorreram em dezembro. “Usamos apenas três manhãs de feira para gravação”, lembra Miranda, formado em cinema, professor universitário na área e membro fundador do coletivo cinematográfico Kino-Olho. Esse é o segundo curta-metragem do diretor — em 2014, o paulista dirigiu Vida do Diabo — e o primeiro a ganhar destaque no Brasil e em outros países.
Em 2009, aos 26 anos, Miranda ganhou o prêmio Mobile Phone Movie Competition, concurso de filmes feitos com celular, promovido pela CNN Internacional, com o suspense A Girl and a Gun. “Após esse episódio, começamos a receber apoio da prefeitura para tocar nossos projetos e ganhamos uma estrutura mais profissional.”
Outros filmes da noite
Na programação que inaugura a mostra competitiva, também serão exibidos o curta-metragem paulista À Parte do Inferno, do diretor Raul Arthuso, que aborda a dicotomia entre céu e inferno. Fecha a noite o longa-metragem carioca A Família Dionti, de Alan Minas, com a narrativa da descoberta do amor por meio de uma história de pai e filhos que vivem no interior de Minas Gerais.
As três produções serão reprisadas na quinta-feira (17), às 14 horas, na Sala 4 do Cine Cultura Liberty Mall (Setor Comercial Norte, Quadra 2, Bloco D).
Veja a programação completa do festival.
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