23/09/2015 às 04:18

Big Jato é o grande vencedor do 48º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro

Em solenidade para convidados, foi distribuído o cobiçado Troféu Candango em 24 categorias. Produção de Cláudio Assis conquistou cinco, incluindo o de melhor filme

Por Gabriela Moll, da Agência Brasília


Parte da equipe de Big Jato com o diretor Cláudio Assis à frente
Parte da equipe de Big Jato com o diretor Cláudio Assis à frente. Foto: Andre Borges/Agência Brasília

Entre aplausos, choros, discursos emocionados e prêmios, chegou ao fim o 48º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, nessa terça-feira (22), em cerimônia no Cine Brasília (106/107 Sul). O grande vencedor da noite foi Big Jato, de Cláudio Assis, que faturou o Troféu Candango em cinco categorias, incluindo a principal, de melhor filme.

“Fizemos tudo em três semanas e com baixo orçamento e, mesmo assim, apresentamos qualidade na tela”, destacou o diretor. Apesar de algumas vaias da plateia, Assis agradeceu: “Estou muito feliz, obrigado, Brasília”. É a terceira vez que o pernambucano conquista a estatueta na categoria melhor filme. Ele também venceu o Festival de Brasília em 2002, com Amarelo Manga; e em 2006, com Baixio das Bestas.

Matheus Nachtergaele, eleito melhor ator, emocionou-se ao receber o prêmio pela primeira vez. “Estou muito feliz por fazer parte deste projeto.” Além das categorias filme e ator, Big Jato foi o escolhido nos quesitos atriz, com Marcélia Cartaxo; roteiro, com Hilton Lacerda e Ana Carolina Francisco; e trilha sonora, com o DJ Dolores.

Big Jato só não teve mais troféus que Para Minha Amada Morta, de Aly Muritiba, com seis conquistas, nas categorias ator coadjuvante, atriz coadjuvante, direção, direção de arte, fotografia e montagem.

Vencedora na categoria direção de curta e média-metragens, Nathalia Tereza, de A Outra Margem, se emocionou. Ao discursar, ela reforçou a importância da representatividade feminina no cinema. “Dedico [esse prêmio] a todas as mulheres e a todos que se sentem, de alguma forma, excluídos pela sociedade.”

Estreia
A solenidade de premiação — que distribuiu R$ 340 mil aos vencedores — foi aberta pelo secretário de Cultura, Guilherme Reis, e começou com a exibição de Antes que a Casa Caia, de Mauro Giuntini. “É uma honra estar aqui para encerrar o Festival de Brasília”, destacou o diretor convidado. No palco com toda a equipe do filme, Giuntini agradeceu a oportunidade de estrear o filme, rodado na Asa Norte, justamente na capital federal.

Coordenador do evento, o subsecretário de Promoção e Difusão Cultural, da Secretaria de Cultura, Sérgio Fidalgo, exaltou a edição deste ano. “Foi um festival polêmico, espontâneo, diverso e político. Esse é o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. O orçamento mais baixo [em comparação a 2014] não interferiu na qualidade. Sem dúvidas, fomos além das expectativas.”

Mostra Brasília
Os 18 diretores brasilienses que concorreram na Mostra Brasília receberam Troféus Câmara Legislativa em 13 categorias, além do prêmio do júri popular, totalizando R$ 200 mil. A grande vencedora foi a produção mineira Quintal, de André Novais. “Foi muito bom participar com vocês deste trabalho”, celebrou o cineasta Gabriel Martins, que assina a fotografia da obra.

Vencedor do prêmio de melhor longa-metragem e melhor direção por Santoro — O Homem e sua Música, o diretor John Howard Szerman reforçou a importância do trabalho conjunto e dedicou o prêmio a Gisèle, viúva do maestro Claudio Santoro, homenageado no longa. O filme também foi premiado pela trilha sonora, assinada por Alessandro Santoro, filho do maestro.

Os fotógrafos Eraldo Peres e Joedson Alves, premiados na categoria melhor curta por A Culpa é da Foto (que também teve a direção de André Dusek) dedicaram a conquista a todos os colegas jornalistas e repórteres fotográficos. “Foram apenas 15 minutos de filme, mas muito tempo de dedicação”, afirmou Joedson.

Júri popular
Ao longo das mostras, os espectadores receberam cédulas para votação do júri popular, em que o público avaliou as produções. Os escolhidos na mostra competitiva foram os filmes A Família Dionti, de Alan Minas, na categoria longa-metragem, e Afonso é uma Brazza, de Naji Sidki e James Gama, representando os curtas e médias-metragens. Os vencedores foram premiados com R$ 40 mil e R$ 10 mil, respectivamente.

Já os favoritos do público da Mostra Brasília foram o longa-metragem O Outro Lado do Paraíso, de André Ristum; e o curta-metragem Ninguém Nasce no Paraíso, de Alan Schvarberg. O primeiro recebeu R$ 20 mil; e o segundo, R$ 10 mil.

O curta brasilense O Outro Lado do Paraíso ainda levou seis Troféus Câmara Legislativa. “Esses prêmios são de todos que trabalharam muito para o filme acontecer”, agradeceu o diretor.

Veja a lista dos premiados:

Mostra competitiva

Longa-metragem
Filme: Big Jato, de Cláudio Assis
Ator coadjuvante: Lourinelson Vladimir, por Para Minha Amada Morta
Ator: Matheus Nachtergaele, por Big Jato
Atriz coadjuvante: Giuly Biancato, por Para Minha Amada Morta
Atriz: Marcélia Cartaxo, por Big Jato
Direção de arte: Mônica Palazzo, por Para Minha Amada Morta
Direção: Aly Muritiba, por Para Minha Amada Morta
Fotografia: Pablo Baião, por Para Minha Amada Morta
Montagem: João Menna Barreto, por Para Minha Amada Morta
Roteiro: Hilton Lacerda e Ana Carolina Francisco, por Big Jato
Som: Cláudio Gonçalves e Fábio Bessa, por Fome
Trilha sonora: DJ Dolores, por Big Jato
Prêmio do júri: Jean-Claude Bernadet, por Fome
Júri popular: A Família Dionti, de Alan Minas

Curtas e médias-metragens
Filme: Quintal, de André Novais
Ator: João Campos, por Cidade Nova
Atriz: Maria José Novais, por Quintal
Direção: Nathalia Tereza, por A Outra Margem
Direção de arte: Fabíola Bonofiglio, por Tarântula
Fotografia: Leonardo Feliciano, por À Parte do Inferno
Montagem: Pablo Ferreira, por Afonso é uma Brazza
Roteiro: André Novais, por Quintal
Som: Léo Bortolin, por Command Action
Trilha sonora: Sérgio Pererê, Carlos Francisco, Gabriel Martins e Pedro Santiago, por Rapsódia para o Homem Negro
Prêmio do júri: História de uma Pena, de Leonardo Mouramateus
Júri popular: Afonso é uma Brazza, de Naji Sidki e James Gama

Mostra Brasília
Longa: Santoro — O Homem e sua Música, de John Howard Szerman
Curta: A Culpa é da Foto, de André Dusek, Eraldo Peres e Joedson Alves
Ator: Davi Galdeano, por O Outro Lado do Paraíso
Atriz: Simone Iliescu, por O Outro Lado do Paraíso
Captação de som direto: Toninho Muricy, por O Outro Lado do Paraíso
Direção de arte: Beto Grimaldi, por O Outro Lado do Paraíso
Direção: John Howard Szerman, por Santoro — O Homem e sua Música
Edição de som: Alessandro Laroca, Armando Torres Jr. e Eduardo Virmond, por O Outro Lado do Paraíso
Fotografia: Lelo Santos, por O Escuro do Medo
Montagem: Armando Bulcão, por Alma Palavra Alma
Roteiro: Marcelo Müller, André Ristum, José Rezende Jr., Ricardo Tiezzi, por O Outro Lado do Paraíso
Trilha sonora: Alessandro Santoro, por Santoro — O Homem e sua Música
Melhor longa júri popular: O Outro Lado do Paraíso, de André Ristum
Melhor curta júri popular: Ninguém Nasce no Paraíso, de Alan Schvarberg

Prêmio Saruê
Copyleft, de Rodrigo Carneiro

Prêmio Exibição TV Brasil
Santoro — O Homem e sua Música, de John Howard Szerman

Prêmio Canal Brasil
Rapsódia para o Homem Negro, de Gabriel Martins

Prêmio Marco Antônio Guimarães
Santoro — O Homem e sua Música, de John Howard Szerman

Prêmio Abraccine
Melhor longa: Para Minha Amada Morta, de Aly Muritiba
Melhor curta: A Outra Margem, de Nathália Tereza

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