13/10/2015 às 13:23, atualizado em 12/05/2016 às 18:03

Gás de cozinha puxa a inflação de setembro em Brasília

Energia elétrica e passagens de ônibus também contribuíram para a alta de 1,25% em relação a agosto

Por Ádamo Araujo, da Agência Brasília


. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

Atualizado em 13 de outubro de 2015, às 14h07

Com variação de 19,23% no valor do botijão, o gás de cozinha contribuiu diretamente para o aumento da inflação no Distrito Federal em setembro. Divulgado na manhã desta terça-feira (13) pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) com base no apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês passado ficou em 1,25% em Brasília e reverteu a tendência de queda de agosto, quando foi de -0,16%. Essa foi a maior taxa de variação mensal deste ano e também superou o IPCA/Brasil, que registrou índice de 0,54% no mesmo período.

Além do gás de cozinha, impulsionaram as taxas os gastos com energia elétrica (11,70%) e transporte público (8,33%). A inflação acumulada no ano na capital do País alcançou 6,33%, próximo ao teto da meta estabelecida pelo governo federal (6,5%), mas abaixo da média nacional (7,64%). Da mesma forma, em 12 meses, o índice de 8,38% ficou inferior à média brasileira, que atingiu 9,49%.

Com 22,83% de alta, passagens aéreas despontam no avanço inflacionário. “Porém, não se refere a um item de primeira necessidade da população e, por isso, tem uma representatividade menor”, explica o gerente de Contas e Estudos Setoriais da Codeplan, Jusçanio Umbelino de Souza. “No período, também tivemos um feriado prolongado (Dia da Independência), fato não constatado em agosto.”

Cálculo
O IPCA é medido pelo IBGE em 13 capitais — Brasília, Belém, Belo Horizonte, Campo Grande, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória. Para o cálculo do último índice, foram comparados os preços verificados entre 28 de agosto e 28 de setembro com os vigentes de 30 de julho a 27 de agosto.

Nos últimos meses do ano, a subida deve continuar. “A tendência é seguir as altas de 2014 para o período, mas com um peso maior em virtude dos aumentos anunciados pelos governos federal e local”, projeta o presidente da Codeplan, Lucio Rennó.

Nove grupos entram na análise: habitação; transporte; vestuário; artigos de residência; saúde e cuidados pessoais; despesas pessoais; comunicação; alimentação e bebidas; e educação. Desses, os três últimos apresentaram tendência de queda no DF, respectivamente com os índices de -0,02%, -0,04% e -0,10%.

INPC
A Codeplan também divulgou hoje o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que registrou alta de 1,41% em setembro de 2015. Em agosto, foi de 0,13%. O valor ainda supera em 0,16 ponto percentual o apurado pelo IPCA, de 1,25%.

Da mesma forma que no IPCA, a alta foi fortemente impactada pelo reajuste da energia elétrica e das passagens de ônibus urbano. Esse resultado ficou acima da média do Brasil, de 0,51% em setembro.

No ano, o INPC acumula alta de 7,75% e, em 12 meses, de 9,34%. Tanto no ano quanto em 12 meses, o índice em Brasília mostra-se inferior ao computado nacionalmente, de 8,24% e 9,90%, respectivamente.

Índice Ceasa
Durante o encontro, as Centrais de Abastecimento (Ceasa) apresentaram o Índice Ceasa do Distrito Federal, que ficou em -1,35% no mês passado e com 6,73% no acumulado do ano. De acordo com a avaliação, frutas foram o único item com alta (0,51%), enquanto legumes (-5,60%), verduras (-4,67%) e ovos e grãos (-0,55%) tiveram queda nos preços.

Os vilões do quesito fruta foram maracujá (38,51%), limão-taiti (33,52%) e laranja-pera (16,97%). “O clima seco e a dificuldade de irrigação em virtude da recomposição de reservatórios influenciaram na oferta e no encarecimento desses produtos”, explica o economista da Ceasa João Bosco Soares. Do outro lado, mais baratos, apareceram a banana-prata (-23,20%), a goiaba (-13,64%) e o mamão formosa (-10,25%). “Em alguns casos, o fator seca colabora, como nas verduras”, aponta Soares. Couve-manteiga (-18,18%), espinafre (-6,06%) e couve-flor (-4,55%) foram alguns dos produtos pouco afetados com a falta de chuvas. Para as próximas semanas, as hortaliças folhosas tendem a ficar mais caras em virtude do calor excessivo.

O ICDF tem o objetivo de demonstrar o movimento dos preços praticados pelo mercado atacadista no DF. Ele acompanha 66 itens hortifrutigranjeiros de representatividade significativa na alimentação do brasileiro e na quantidade comercializada na Ceasa.

Acesse o relatório completo do IPCA Brasília de setembro e do Índice Ceasa.

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