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13/10/2015 às 15:06
Conclusão dessa etapa permitirá a abertura do espaço em 2016 e o recebimento de 2,7 mil toneladas de lixo produzidas diariamente no DF
Atualizado em 1º de abril de 2016, às 16h39
Retomadas em julho deste ano pela atual gestão, as obras da fase inicial do Aterro Sanitário Oeste estão 60% concluídas. Essa etapa, que inclui a construção da primeira célula de aterramento, permitirá que o local passe a funcionar em meados de 2016. Com isso, o governo de Brasília se enquadrará na Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305, de 2010) e na Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981), que determinam a desativação de lixões e a construção de aterros sanitários em todas as capitais do Brasil até 2018.
Localizado entre Samambaia e Ceilândia, o Aterro Oeste terá 760 mil metros quadrados, dos quais 320 mil são destinados ao recebimento de rejeitos (materiais não reutilizáveis) e serão construídos em quatro etapas. A primeira terá quatro células de 25 mil metros quadrados cada uma, sendo que a conclusão de apenas uma — exatamente a que tem 60% das obras prontas e será finalizada em 2016 — é suficiente para ativar o aterro.
Já foram escavadas as fundações onde os rejeitos ficarão depositados. No momento, a obra, de responsabilidade do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), está na fase de compactação do solo. Isso significa que, no buraco — que está quase no nível do solo, para que não seja contaminado o lençol freático da região —, está sendo colocada uma camada de 1,5 metro de terra altamente condensada.
Depois da compactação, a célula de aterramento receberá uma manta de polietileno de alta densidade, texturizada nas duas faces e com espessura de 2 milímetros; uma camada de proteção mecânica da manta (50 centímetros de solo) e, por fim, os drenos de captação de chorume e gás. Essas medidas impedem a contaminação do solo.
Quando essa estrutura estiver pronta e for inaugurada, o Aterro Oeste passará a receber aproximadamente 2,7 mil toneladas de lixo produzidas diariamente em Brasília. Com essa quantidade de resíduos, a primeira célula de aterramento teria capacidade para funcionar por um ano e dois meses.
As obras das etapas seguintes serão continuadas paralelamente ao início do funcionamento do local. O aterro foi projetado para receber 8.130.000 toneladas de rejeitos e, com isso, ter a vida útil de aproximadamente 13 anos. O custo para construir todas as células de aterramento será de R$ 82.745.120. Esse recurso é do SLU.
Infraestrutura
Além da construção da primeira célula, ocorrem no local obras de infraestrutura, também de responsabilidade do Serviço de Limpeza Urbana, mas feitas pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap). São três partes. A primeira, que inclui sistema viário interno e drenagem de águas pluviais, no valor de R$ 15.257.022,29, está 92% concluída depois de ter sido retomada em julho. No momento, os trabalhos estão lentos, pois falta pagar à empresa contratada uma parcela de R$ 2.968.165,57. Apesar de ser uma dívida da gestão anterior, o governo a reconhece oficialmente, mas ainda não definiu a data do pagamento.
As outras duas partes estão em processo de licitação. Uma, no valor de R$ 5.039.279,89, está em fase de recursos e inclui a pista de acesso ao aterro, o cercamento e a barreira vegetal. A outra, de R$ 4.987.361,03, prevê a construção das edificações de apoio. As propostas para essa segunda etapa devem ser entregues até 23 de outubro.
Haverá ainda um poço para acumular e bombear o chorume, a ser construído pela Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb). A licitação deve ser lançada na primeira quinzena de novembro.
Benefícios
As técnicas utilizadas em um aterro sanitário asseguram a proteção ao meio ambiente e o correto tratamento dos resíduos urbanos. A impermeabilização do solo e o sistema de drenagem reduzem o volume de lixo e evitam a contaminação das áreas próximas ao espaço e a proliferação de animais como roedores e urubus, vetores de doenças. “O aterro protege o solo, a água e o ar. Impede, por exemplo, que o chorume gerado na decomposição do lixo atinja o lençol freático”, explica a diretora-geral do SLU, Kátia Campos.
Aterro controlado
O funcionamento do Aterro Sanitário Oeste é uma das medidas necessárias para encerrar as atividades no aterro controlado do Jóquei, na Estrutural. No processo para desativá-lo, o SLU iniciou melhorias para recuperar o local, o que permitiu a mudança de status de lixão para aterro controlado. “Por definição, o lixão é um terreno que dá acesso para qualquer pessoa jogar o que quer, sem nenhum controle. Ele vira aterro controlado melhorando a operação”, explica Kátia.
Até junho, o então lixão do Jóquei não tinha delimitação. Agora, uma cerca de seis mil metros contorna 100% do local e foram mantidas apenas duas entradas: uma para caminhões, outra para carros comuns. Na área, também é feita a compactação do resíduo, e o lixo é coberto com entulho ou rejeito de composto. Além disso, foram instalados tubos de concretos para drenar, por meio de queima, os gases emitidos.
“Hoje tem um controle, não é Lixão. Quem chega precisa pedir para entrar. Melhoramos a operação para ele poluir o mínimo possível”, avalia a diretora-geral do SLU. Como depende de outros fatores, a data exata de desativação do aterro controlado ainda não foi definida. Após a inauguração do Aterro Sanitário Oeste, a área na Estrutural seguirá recebendo resíduos específicos, como entulho da construção civil.
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