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27/11/2015 às 21:57
Governador determinou prioridade na investigação do caso, que pode ter sido motivado por intolerância religiosa
Diferentes órgãos do governo local mobilizam-se contra indícios de intolerância religiosa no Distrito Federal. Um incêndio no começo da manhã desta sexta-feira (27), no terreiro de candomblé Axé Oyá Bagan, no Paranoá, é investigado pela Polícia Civil.
O governador Rodrigo Rollemberg telefonou para Adna Santos de Araújo (Mãe Baiana), responsável pelo terreiro, para lhe prestar solidariedade e destacou a necessidade de se debater o tema. “O governo de Brasília não vai tolerar casos de perseguição por intolerância religiosa.”
O Corpo de Bombeiros e a Polícia Civil apuram o caso. Sem vítimas, o incêndio foi verificado por volta das 5h30, no galpão do terreiro, que fica no Núcleo Rural Córrego do Tamanduá. O governador solicitou ao diretor-geral da Polícia Civil, Eric Seba, que as investigações sobre as causas do incêndio e a identificação dos responsáveis sejam tratadas como prioridade. “Há indícios de que foi um incêndio criminoso. Os dados periciais nos darão as diretrizes para as investigações”, explicou Seba.
O secretário-adjunto de Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, Carlos Alberto Santos, visitou o terreiro após o ocorrido. “Causa preocupação uma crescente onda de intolerância religiosa. Não temos ainda a confirmação de que foi criminal, mas os indícios mostram que o modo de agir [identificado em outros casos] é muito parecido”, afirmou.
Dossiê
Com isso, dossiê da Subsecretaria de Igualdade Racial soma, com esta, 13 denúncias de ataques a templos de religiões de matriz africana — 11 em municípios do Entorno, fora da área de atuação do governo de Brasília. Além do incêndio desta sexta-feira (27) em um terreiro de candomblé da cidade, há registro de depredações na Praça dos Orixás, na Prainha do Lago Paranoá. Parte das 16 imagens expostas no local foram roubadas, vandalizadas e até queimadas.
Na Secretaria de Cultura, a Subsecretaria de Cidadania e da Diversidade Cultural atua na afirmação dos direitos culturais de todas as comunidades de Brasília. “Estamos acompanhando e lamentamos profundamente que atos intolerantes, por qualquer razão, ainda ocorram no DF”, pontuou o secretário Guilherme Reis.