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03/12/2015 às 20:50
Índice consta de estudo divulgado nesta quinta-feira (3) pela Codeplan. Texto analisa também percepção de jovens que cumprem medidas socioeducativas em relação ao futuro
A probabilidade de adolescentes homens reincidirem em atos infracionais é 134% maior do que entre as mulheres. Outro fator que influencia esse índice é a quantidade de filhos. A cada um, a chance de praticar delito novamente é de 43%. Os dados fazem parte do estudo Jovens e Medidas Socioeducativas: Determinantes da Reincidência e de suas Percepções, divulgado nesta quinta-feira (3) pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan).
Também identificou-se que não ter religião eleva em 30% a reincidência e em 69% para aqueles que têm ensino fundamental incompleto em relação a níveis de formação superiores. Quando há contato com drogas antes dos 14 anos amplia-se em 61%. Aos que gastam com drogas ou lazer, o aumento pode ser de 54%. Quando o adolescente não pratica esportes ou não tem interesse, a chance de recaída é de 69%.
A tese foi baseada na pesquisa Perfil e Percepção Social dos Adolescentes em Medida Socioeducativa no DF, feita em 2013. Foram entrevistados 1.147 adolescentes e jovens que cumpriam medida socioeducativa no Distrito Federal.
“Essas informações caracterizam com muita precisão o que os jovens nessa situação pensam sobre o sistema no qual estão inseridos, elas trazem uma riqueza muito grande de detalhes sobre a vida dessas pessoas”, destaca o presidente da Codeplan, Lucio Rennó.
Planos para o futuro
A pesquisa na qual o estudo divulgado hoje se baseou também analisou a percepção dos adolescentes sobre a experiência na medida socioeducativa e a vida familiar e social. Percebeu-se, por exemplo, que o tipo de medida contribui para explicar a existência de planos para depois do cumprimento: estar na semiliberdade amplia três vezes a probabilidade de ter algo para depois; na liberdade assistida, aumenta em 170,8% e na prestação de serviços à comunidade, em 143,9% se comparado à internação.
“Os dados medem fatores que teremos de trabalhar e revelam uma situação em que já estamos investindo, a melhoria e a qualificação do meio aberto”, afirma a subsecretária do Sistema Socioeducativo, da Secretaria de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude, Maria da Conceição Paula. Para ela, à medida que o sistema passa por mudanças e o atendimento é melhorado, são abertas mais vagas para a prestação de serviços na sociedade e para a liberdade assistida. Assim, acredita a subsecretária, diminui a possibilidade de o adolescente reincidir e de ir para a internação.
Acesse a íntegra do estudo e outros textos para discussão no site da Codeplan.