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18/01/2016 às 12:44
A partir desta segunda-feira (18), 400 alevinos e 600 litros de larvicida biológico serão utilizados na luta contra o mosquito
Atualizado em 18 de janeiro de 2016, às 17h17
O governo voltou a reforçar as estratégias de combate ao Aedes aegypti — vetor da dengue, da febre chikungunya e do zika vírus. A partir desta segunda-feira (18), 400 alevinos de lambari de cauda amarela e 600 litros do micro-organismo Bacillus thuringiensis israelensis, um larvicida biológico, serão distribuídos nas regiões administrativas com a maior incidência do mosquito.
“Esse controle biológico é um esforço complementar para melhorarmos a luta contra o mosquito”, explicou o governador Rodrigo Rollemberg durante o lançamento das novidades, no Gama. “Só três unidades da Federação diminuíram os casos de dengue no ano passado, e o Distrito Federal foi uma delas. Mas é claro que, enquanto tivermos um caso, ainda estaremos preocupados.”
Os métodos serão somados aos já usados atualmente. No caso dos filhotes de peixe, eles serão espalhados por espelhos d’água de espaços públicos em regiões mais afetadas por focos do vetor. Será um para cada 20 metros cúbicos. Os alevinos serão doados pela Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural e pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF).
Segundo o subsecretário de Vigilância à Saúde da Secretaria de Saúde, Tiago Araújo Coelho de Souza, a ideia de utilizar os filhotes no combate ao vetor surgiu durante uma reunião entre o governador Rodrigo Rollemberg e representantes de secretarias de Estado. A escolha foi devido à espécie ser resistente e sobreviver a situações adversas, além de alimentar-se basicamente de larvas e insetos.
Um biólogo da subsecretaria acompanhará a entrega para explicar os cuidados necessários com os alevinos. Posteriormente outras áreas do DF devem ser atendidas. A expectativa é ultrapassar, neste ano, a produção dos peixes de 2015: cerca de 15 mil.
Bacilos
Os 600 litros do Bacillus thuringiensis israelensis serão aplicados a partir de hoje por agentes da força-tarefa criada em dezembro por meio do Plano de Ação para o Enfrentamento das Doenças Transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Inicialmente, as regiões que receberão o produto são Gama, Recanto das Emas e Santa Maria. Uma gota é suficiente para pelo menos um litro de água, segundo o diretor de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde, Divino Valero.
O larvicida biológico não representa risco ao meio ambiente nem ao ser humano, mesmo se ingerido. A estimativa feita pelo diretor é que os bacilos causem a morte das larvas do mosquito em até uma hora. “Ele atua destruindo o estômago da larva”, explica. Valero esclarece que o produto será aplicado inicialmente por seis meses para ser comprovada sua eficácia.
Os bacilos são extraídos da terra e fermentados. A gota do larvicida age do primeiro ao quarto estágio da larva. Juntas, as fases chegam a durar cerca de cinco dias.
Também estiveram no evento no Gama o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar, coronel Hamilton Santos Esteves Junior; o subsecretário de Proteção e Defesa Civil, da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social, coronel do Corpo de Bombeiros Militar Sérgio José Bezerra; o presidente em exercício da Emater-DF, Rodrigo Marques; os administradores regionais do Gama, Maria Antônia Rodrigues Magalhães, e de Santa Maria, Nery Moreira da Silva; e o diretor-administrativo da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), Júlio Menegotto.
Força-tarefa
Em 7 de janeiro, o governo criou uma sala de situação para reunir a coordenação da força-tarefa de combate ao mosquito, identificar início dos focos e informar ao governo federal sobre os casos de doenças transmitidas pelo vetor.
Desde o início da força-tarefa, foram retiradas 22.882 toneladas de lixo e entulho das ruas do DF e visitados 24,5 mil imóveis, dos quais 660 tinham possíveis focos. As amostras foram encaminhadas para análise laboratorial. Além da Secretaria de Saúde, participam da iniciativa a Agência de Fiscalização, o Corpo de Bombeiros Militar, o Serviço de Limpeza Urbana, a Subsecretaria de Proteção e Defesa Civil, da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social, as administrações regionais, a Aeronáutica, o Exército e a Marinha.
Registros
O último boletim epidemiológico divulgado pela Saúde mostra que, desde o início do ano até o dia 11, foram notificados 38 casos suspeitos de dengue, contra 101 no mesmo período de 2015. Quanto aos casos confirmados, foram 36 — 29 a menos.
Quanto à febre chikungunya, neste ano ocorreram duas notificações de suspeita e nenhuma confirmação. Já em relação ao zika vírus, houve cinco suspeitas, sendo duas confirmadas — uma de morador do DF e outra, de Santo Antônio do Descoberto (GO). Um terceiro caso, também do DF, foi confirmado neste ano, durante entrevista coletiva promovida pela Saúde em 8 de janeiro, mas os sintomas tiveram início em 2015.
Apesar dos esforços, o subsecretário de Vigilância à Saúde reforça que é imprescindível a participação popular no combate. “É importante que os moradores abram as portas para os agentes”, diz Tiago Souza. Segundo ele, 30% da população ainda apresenta resistência às visitas.
Situação de emergência
Foi publicado no Diário Oficial do Distrito Federal nesta manhã o decreto que prorroga a situação de emergência na saúde pública local. A medida vale por mais 180 dias. “O Brasil todo está em situação de emergência por conta do Aedes aegypti. A própria presidente Dilma conclamou todos os estados a ficarem em estado de alerta máximo”, explicou o secretário de Saúde, Fábio Gondim.
Com o decreto, a secretaria continua com a permissão para comprar medicamentos e insumos com dispensa de licitação e a possibilidade de convocar novos servidores. A medida, adotada em janeiro, já havia sido prorrogada pelo Decreto nº 36.613, de 16 julho de 2015.
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