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08/03/2016 às 21:44, atualizado em 06/12/2016 às 13:10
Ações do governo incluíram massagem, desfile de moda e corte de cabelo na plataforma inferior, enquanto uma feira com 30 artesãs movimentou a Estação Central do Metrô
A Rodoviária do Plano Piloto virou palco para a comemoração do Dia Internacional da Mulher nesta terça-feira (8). Na área central de Brasília — em que cerca de 800 mil pessoas circulam diariamente, de acordo com a administração regional —, foram promovidas atividades em homenagem à data.
Na plataforma inferior, havia acupuntura, maquiagem, penteado, desfile com modelos convencionais e plus size, e corte de cabelo (masculino e feminino) voltados para o público. A ação teve início às 14h30 e continuou até as 18 horas.
O governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, estava acompanhado da esposa, a colaboradora do governo Márcia Rollemberg, e defendeu que o dia não é apenas comemorativo, mas serve para reforçar a igualdade de gênero: “Temos de procurar avançar na luta para que as mulheres possam ter melhores condições de trabalho, de igualdade, de remuneração e que possam ampliar os direitos de ter acesso à creche”.
Segundo a Administração Regional do Plano Piloto, as atividades foram feitas em parceria com instituições privadas e, por isso, não houve gastos aos cofres públicos. O administrador Marcos Pacco explica que a ideia das ações é valorizar a mulher e reforçar a autoestima.
Em tendas, havia informações sobre a Lei Maria da Penha — Lei nº 11.340, de agosto de 2006, que protege a mulher da violência doméstica, familiar e afetiva. “Os transportes coletivos muitas vezes são espaços para o assédio, temos que mudar essa realidade orientando e cobrando os direitos das mulheres”, disse Pacco.
Artesanato
No subsolo da rodoviária, a Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) e a Secretaria do Esporte, Turismo e Lazer organizaram uma feira com 30 artesãs cadastradas pela secretaria. O objetivo é que elas possam comercializar os produtos em áreas movimentadas. De acordo com o Metrô-DF, 200 mil pessoas utilizam esse transporte diariamente. O diretor-presidente da companhia, Marcelo Dourado, esclarece que as feiras têm repercussão positiva e provocam interesse nos passageiros.
Segundo Dourado, reduzir casos de assédio é uma das prioridades da companhia e, por isso a empresa pública trabalha com conscientização e campanhas de proteção à mulher em vagões exclusivos. “Essa preocupação não é só porque é o dia da mulher. O dia da mulher é em todos do ano.”
O secretário-adjunto de Turismo, Jaime Recena, ressalta a necessidade de abrir espaços públicos para exposição de trabalhos manuais e acrescenta que, em 2015, a quantidade de artesãos com registro na pasta passou de 6 mil para 9 mil trabalhadores. “É importante estimular iniciativas que desenvolvam o artesanato e criar políticas públicas para um setor responsável por sustentar 9 mil famílias.”
Um exemplo é Cícera do Nascimento, de 53 anos, que trabalha com caixas de madeira decoradas há dez anos. Ela afirma que em uma feira como essa consegue arrecadar cerca de R$ 1,2 mil até o fim do dia. Os produtos de Cícera custam em média R$ 120 e completam a renda familiar bancada prioritariamente pelo marido. “Acaba que eu uso esse dinheiro mais para mim. É meu, é para comprar as minhas coisinhas”, sorri.
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