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01/04/2016 às 12:34
Procedimento é considerado pouco invasivo. Cerca de 30 pacientes passaram pela cirurgia desde agosto do ano passado
Quem tem câncer de pele pode tentar tratamento na rede pública com uma técnica que utiliza baixas temperaturas para remover tumores. O método cirúrgico Mohs, ou cirurgia micrográfica, permite a avaliação de 100% das margens do tumor e uma maior precisão para que seja retirado apenas o tecido doente. O procedimento é feito no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) e, após a retirada, é realizado um exame de congelação para garantir que todo o câncer tenha sido extinto.
A técnica é menos invasiva que as tradicionais e é o método de cirurgia de câncer de pele mais eficaz existente. De acordo com dados do hospital, o tratamento possui eficácia em 99% dos casos. Durante o procedimento, o cirurgião demarca a área do tumor e o divide em quatro partes, para fazer a biópsia e o congelamento. Diferentemente dos métodos usuais — que avaliam as margens por amostragem —, na cirurgia micrográfica 100% delas são avaliadas.
Menos cicatrizes
De acordo com o cirurgião dermatológico Eugênio Reis, responsável pelos procedimentos cirúrgicos no Hran, a técnica também deixa menos cicatrizes nos pacientes, principalmente em regiões mais sensíveis, como o rosto. “Isso gera uma maior qualidade de vida para as pessoas tratadas. A perspectiva é que esse tumor não volte por pelo menos dez anos”, destaca Eugênio. “Caso seja constatado que ainda existe tumor após a biópsia, o cirurgião amplia a área somente no trecho especificado, preservando a pele sadia”, explica.
Todo o procedimento é feito com anestesia local e, na maior parte dos casos, dura em torno de uma hora. O dermatologista afirma que, na técnica convencional, além do local do tumor, é dada uma margem de segurança de 5 a 6 milímetros. Já na cirurgia de Mohs essa demarcação não ultrapassa 2 milímetros.
Atendimento
As operações ocorrem sempre às quintas-feiras. A expectativa é que, ao longo deste ano, o atendimento seja ampliado para pelo menos dois dias por semana. O Hospital Regional da Asa Norte é referência no Brasil nesse tipo de tratamento. Disponível para os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), o método começou a ser praticado há oito meses na unidade. Pelo menos 30 pacientes já foram beneficiados.
Para conseguir agendar uma cirurgia com essa técnica no Hran, os pacientes devem ser oriundos do próprio ambulatório de tumor de pele da unidade. Os hospitais da rede pública do Distrito Federal também fazem o encaminhamento de casos graves.
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