12/05/2016 às 20:59, atualizado em 13/05/2016 às 19:45

Planaltina recebe ação contra o Aedes aegypti nesta quinta (12)

Força-tarefa contou com equipes da Vigilância Ambiental, do SLU, do Corpo de Bombeiros e do Exército

Por Guilherme Pera, da Agência Brasília

Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

Teresinha de Queiroz, de 82 anos, já havia recebido três visitas do governo de Brasília desde 2015. Ela mora no Jardim Roriz, bairro de Planaltina, quarta região administrativa com mais focos do Aedes aegypti em 2016. Nesta quinta-feira (12), em mais uma força-tarefa de combate à proliferação do agente transmissor da dengue, da febre chikungunya e do zika vírus, a aposentada mostrou estar alerta: “Na minha casa, eu não deixo espaço para ele”.

Hoje Teresinha e outros moradores de Planaltina receberam a visita de 80 militares do Corpo de Bombeiros e 120 do Exército Brasileiro, além de 46 agentes da Vigilância Ambiental. O Serviço de Limpeza Urbana (SLU) atuou na coleta de entulho. Os dados relativos ao número de casas inspecionadas estarão disponíveis a partir desta sexta-feira (13).

A chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental em Planaltina, da Subsecretaria de Vigilância à Saúde, vinculada à Secretaria de Saúde, Marinalva Teles, destacou a importância das forças-tarefas. “Cerca de 80% dos focos são encontrados dentro dos imóveis, então é muito importante que todos sejam vistoriados”, disse. “Como o efetivo da Vigilância Ambiental não é suficiente, precisamos dessas ações para completar os ciclos de visitação.”

Estatísticas
Planaltina teve 1.249 casos de dengue registrados em 2016. Brazlândia, com 1.880 ocorrências, Ceilândia (1.477) e São Sebastião (1.270) são as três regiões mais afetadas pela doença. Ao lado de Taguatinga (1.017) e Samambaia (744), as quatro localidades são responsáveis por 58% das incidências — desde o início do ano, a Secretaria de Saúde confirmou a enfermidade em 13.081 habitantes de Brasília e em 5.773 de outras unidades da Federação. Os dados constam do Informativo Epidemiológico nº 19, divulgado na quarta-feira (11).

O número de mortes aumentou. Segundo o levantamento, 17 pessoas morreram com dengue hemorrágica — seis moradores de Brasília e 11 de Goiás. Até a semana passada, eram 14. Por outro lado, 23 pessoas foram curadas de dengue hemorrágica — nove de Brasília e 14 de outras unidades federativas. Segundo a secretaria, 81% dos pacientes (10.644) procuram a rede pública para se tratar; 14%, a rede particular (1.859); 3%, a rede pública de Goiás (451); e 1% ainda não foi classificado (127).

Zika e chikungunya
O zika vírus foi confirmado em 127 moradores do DF e em 14 de outras unidades da Federação. Lago Norte, Plano Piloto e Taguatinga são responsáveis por 40,15% dos casos, com 51 infectados. Entre as gestantes constam 17 do Distrito Federal, nove de Goiás e uma de Mato Grosso. Com a febre chikungunya, há 96 pacientes — 90 do DF e seis de outras unidades da Federação. Dos brasilienses, 17 são de Taguatinga, 11 de Samambaia, dez do Plano Piloto e oito de Ceilândia. Do total, 41% (37) contaminaram-se fora de Brasília. De acordo com a Saúde, como os casos demoram para ser contabilizados, os números de cada semana podem sofrer alteração.

Unidades de atenção
Na sexta-feira (13), as unidades de atenção à dengue de Brazlândia e de São Sebastião deverão deixar de funcionar. Elas foram instaladas em fevereiro para facilitar o atendimento no período de maior incidência da doença. Com a chegada do frio, que reduz a quantidade do mosquito, as ocorrências de dengue tendem a diminuir.