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02/06/2016 às 08:20, atualizado em 06/06/2016 às 12:50
Por meio de parceria firmada com a Organização dos Estados Americanos, militares vão a outros países ensinar técnicas empregadas na capital brasileira
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) realizou desde o início de 2015 nove atividades de cooperação técnica internacional por meio de parceria com a Organização dos Estados Americanos. Até 2017, seis países serão beneficiados (Colômbia, El Salvador, Equador, Guatemala, Nicarágua e República Dominicana), com quatro encontros em cada um.
Na iniciativa, equipes de diversas áreas do Corpo de Bombeiros são enviadas ao exterior para ensinar às corporações internacionais técnicas utilizadas em Brasília. Os pedidos chegam por missões diplomáticas dos locais, que, segundo o chefe da Assessoria para Acordo de Cooperação do Corpo de Bombeiros do DF, major Fábio Moreira, conhecem o trabalho dos militares por meio de ações nesses espaços. “Damos simulados de evacuação e de combate a incêndio, por exemplo.”
O trabalho de cooperação ocorre desde a década de 1980. A iniciativa não é custeada pelo DF, mas pelo governo federal, por meio da Agência Brasileira de Cooperação, do Ministério de Relações Exteriores.
A agência também foi a responsável por fechar a parceria com a Organização dos Estados Americanos, no valor aproximado de US$ 340 mil — sem contrapartida do país beneficiado. “Eles normalmente solicitam, mas não têm condições de custear. A gente sente que ajudar esses locais que mais precisam é necessário e gratificante”, conta o chefe da assessoria.
Cada uma das visitas dura, geralmente, duas semanas. Os temas são variados e se ajustam às necessidades de cada lugar. A última foi de 1º a 14 de maio, na Colômbia, sobre técnicas de combate a incêndio florestal. Foram deslocados quatro instrutores do Grupamento de Proteção Ambiental, que passaram aos profissionais colombianos as principais técnicas que conhecem.
“Temos um histórico de apoio a estados brasileiros, o que nos traz uma doutrina que auxilia nesse tipo de iniciativa”, relata o primeiro-tenente da corporação João Henrique Correia, um dos instrutores na viagem. Ele explica que o auxílio ajuda a conhecer outras realidades, diferentes da de Brasília. Militares do grupamento já foram a locais como a Chapada Diamantina, na Bahia, e em matas de Roraima.
O próximo encontro será na Guatemala, em 20 de junho. As aulas tratarão de técnica e metodologia de ensino para capacitar instrutores. Em agosto, outro grupo de proteção ambiental partirá para a Colômbia e passará novos métodos de combate a incêndio.
A primeira reunião da cooperação técnica é sempre de prospecção. Uma equipe do Corpo de Bombeiros Militar de Brasília e da Agência Brasileira de Cooperação vai até o país beneficiado e faz o levantamento das características locais, como equipamentos disponíveis e demandas operacionais para, então, montar o projeto das aulas. Os dois encontros seguintes são de prática em si, quase sempre com assuntos diferentes em cada um e preparados com base nas informações coletadas na atividade inicial. A última visita serve para conclusão dos trabalhos.
Segundo o major Fábio Moreira, depois do início do projeto houve uma grande procura de países africanos pela corporação brasiliense. Para o chefe da Assessoria para Acordo de Cooperação do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, isso demostra o quanto a prática fortalece o reconhecimento do trabalho na capital. “Somos um polo difusor de conhecimento.” De acordo com ele, em cursos de especialização ministrados no DF há sempre vagas externas para atender a demandas de outras unidades da Federação.
Organização dos Estados Americanos
A Organização dos Estados Americanos foi fundada em 1948 para promover a solidariedade e intensificar a colaboração entre seus membros. O grupo reúne os 35 estados independentes das Américas.
Edição: Paula Oliveira e Raquel Flores