16/06/2016 às 13:26, atualizado em 17/06/2016 às 15:20

Dia Mundial da Conscientização contra o Abuso de Idosos é tema de eventos em junho

Até o dia 28, encontros, atividades ao ar livre e palestras discutem a importância de relatar diversos tipos de violência. Em alusão à data, iluminação do Palácio do Buriti ganhou a cor lilás

Por Ádamo Araujo, da Agência Brasília

O mês de junho vai ter uma programação focada em atividades para marcar o Dia Mundial da Conscientização contra o Abuso de Idosos (15). A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), e tem o objetivo de chamar a atenção de todos para a importância do enfrentamento aos casos de violência e da mobilização e da notificação. Em alusão à campanha de combate à violência contra a pessoa idosa, a iluminação do Palácio do Buriti ficará na cor lilás até domingo (19).

Para celebrar a data, a iluminação do Palácio do Buriti ficará na cor lilás em alusão a campanha de enfrentamento à violência contra a pessoa idosa.

Em alusão à campanha de enfrentamento à violência contra a pessoa idosa, iluminação do Palácio do Buriti ficará na cor lilás até domingo (19). Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

Programação de eventos

Os eventos, desenvolvidos pela Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, começaram no início do mês e seguem até 28 de junho.

A partir das 8h30 de sábado (18), no Parque Ecológico Ezechias Heringer, no Guará, o Circuito VidAtiva une a celebração do Dia Mundial da Conscientização contra o Abuso de Idosos ao Brasília nos Parques. Lançado em fevereiro, o programa tem o objetivo de incentivar o uso de áreas verdes públicas por meio do lazer e, assim, fortalecer o vínculo dos moradores com as unidades de conservação do Distrito Federal.

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Segundo a coordenadora dos Direitos da Pessoa Idosa da secretaria, Priscila Nolasco de Oliveira, as iniciativas buscam promover as políticas públicas de enfrentamento aos casos de violência. “Porém, não adianta somente o poder público fazer sua parte. É fundamental que toda a sociedade se envolva com o projeto”, frisa.

Além dessas atividades pontuais, durante todo o mês de junho, serão realizadas ações nos núcleos regionais de prevenção e assistência às pessoas em situação de violência, nos centros de saúde, nas clínicas da família, nos hospitais regionais e nas unidades de pronto atendimento (UPAs), entre outros lugares públicos de atendimento ao cidadão.

Quantos idosos há em Brasília?

A Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios da Companhia de Planejamento (Codeplan) estimou a população urbana do Distrito Federal, em julho de 2013, em 2.786.684 habitantes, sendo que 14,07% estava com 60 anos ou mais — aproximadamente 392 mil pessoas. “O aumento significativo da expectativa de vida da população idosa mostra a necessidade premente da efetivação de políticas públicas específicas”, aponta Priscila Nolasco.

Apenas a Central Judicial do Idoso, do Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT), registrou 545 denúncias de janeiro a maio deste ano. Entre elas, 155 são casos de algum tipo violência; em 46 deles, o agente agressor é o filho.

O principal tipo de crime registrado, com 48 ocorrências, é o de violência financeira, quando há a apropriação indevida do dinheiro da vítima. Logo após vem a violência psicológica, com 45 denúncias, seguida por negligência (quando os cuidados são negados), com 27 relatos. Há casos também de violência física (24), abandono (5), institucional (3) e autonegligência (3).

[Olho texto=”De acordo com dados do Disque Direitos Humanos (Disque 100) foram registradas 32.238 denúncias de violações de direitos contra a pessoa idosa em 2015, 18% a mais em relação a 2014, quando houve 27.272 casos. Os números de 2016 ainda não foram consolidados.” Quanto as violações mais frequentes, destaque para o abuso financeiro, a violência psicológica, a negligência e a violência física.” assinatura=””]

O que é a Central Judicial do Idoso

A Central Judicial do Idoso foi criada a partir de um convênio entre o Ministério Público do Distrito federal e Territórios (MPDFT) e o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) para prevenção em relação às questões do envelhecimento. O objetivo é atender às reclamações de violação dos direitos dos idosos e a partir daí quem vai agir e como.

Ele tem uma equipe multiprofissional que faz atendimento especializado, encaminhando a questão para o órgão competente ou realizando intervenção psicossocial de suporte ao Ministério Público e às demais Varas do TJDFT.

O acolhimento dos idosos ocorre de segunda a sexta-feira, das 12 às 18 horas, no 4º andar, do Bloco B do TJDFT. Informações pelos telefones (61) 3103-7609 e (61) 3103-7621.

Edição: Gisela Sekeff