28/06/2016 às 07:30, atualizado em 28/06/2016 às 16:57

Prévia do 8º Fórum Mundial da Água tem debates sobre segurança hídrica e uso múltiplo da água

Resultado de trabalhos em comissões, que começaram na segunda-feira (27), serão apresentados hoje em reunião que coleta ideias para o encontro de 2018 em Brasília

Por Amanda Martimon, da Agência Brasília

Segurança hídrica, uso múltiplo da água, mudanças climáticas e gestão de rios fronteiriços estão entre os assuntos debatidos desde ontem por cerca de 800 participantes do primeiro encontro de preparação para o 8º Fórum Mundial da Água — agendado para 18 a 23 de março de 2018 em Brasília. Os resultados dos debates, que foram feitos por comissões organizadas em temas, serão apresentados na tarde desta terça-feira (28), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, onde ocorre o chamado Kick-off Meeting.

Os debates ocorrem em comissões dividas por temas, que levarão os resultados das discussões aos demais participantes no auditório principal do Centro de Convenções Ulysses Guimarães.

Os debates ocorrem em comissões divididas por temas, que levarão os resultados das discussões aos demais participantes no auditório principal do Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

Os trabalhos em grupo serão concluídos nesta manhã, antes de serem levados para exposição aos demais, no auditório principal. Cada comissão terá 20 minutos para expor o resultado das discussões. Com a participação de representantes de 57 países, o encontro oferece tradução simultânea por rádio em quatro línguas: francês, inglês, espanhol e português.

Compartilhando Água: tema do 8º Fórum Mundial da Água

Adiantando questões importantes para o próximo fórum, o presidente do Conselho Mundial da Água, Benedito Braga, aponta assuntos interligados ao tema Compartilhando Água, escolhido para 2018.

“Em uma crise hídrica, por exemplo, você tem o recurso diminuindo e um monte de usuários, seja para consumo ou para produção. O modo como você compartilha esse recurso numa situação mais complicada é algo que vamos discutir no fórum”, pontua.

Participantes de 57 países têm à disposição tradução simultânea por rádio em quatro línguas: francês, inglês, espanhol e português.

Participantes de 57 países têm à disposição tradução simultânea por rádio em quatro línguas: francês, inglês, espanhol e português. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

Como cases para o debate, ele cita como exemplos a atual seca no Nordeste do Brasil — que levou a cortes da água de irrigação — e a crise hídrica que assolou São Paulo. Braga também é secretário estadual de Saneamento e Recursos Hídricos de São Paulo.

Quando fala sobre a necessidade do compartilhamento da água no futuro, o presidente é direto: “Será preciso [compartilhar água] entre setores dentro de um mesmo país, entre estados e entre países”. No caminho, dois temas são destacados por ele, o financiamento para segurança hídrica de países menos desenvolvidos e o uso múltiplo da água. “Quando se faz um grande reservatório, não precisa usá-lo só para abastecimento humano. Pode ser para irrigação, para produzir energia elétrica, para regularizar vazões do rio e poder navegá-lo”, exemplifica.

Debates na preparação para o encontro mundial de 2018

Divididos para tratar dos recursos hídricos no âmbito de seis temas — clima, pessoas, crescimento, qualidade, ecossistemas e governança —, os participantes do Kick-off Meeting do 8º Fórum Mundial da Água trabalharam em mesas redondas na tarde de segunda-feira (28). Em um segundo momento, eles discutiram o compartilhamento da água, a capacitação e o financiamento.

Estimativa para 2018 e histórico do Fórum Mundial da Água

São esperados cerca de 30 mil representantes de mais de cem países no Fórum Mundial da Água de 2018 em Brasília, que terá investimento de R$ 80 milhões — R$ 50 milhões da iniciativa privada e R$ 30 milhões repartidos entre governos federal e local.

Criado em 1996 pelo Conselho Mundial da Água, o fórum foi idealizado para estabelecer compromissos políticos acerca dos recursos hídricos. O evento, que ocorre a cada três anos, já passou por Daegu, na Coreia do Sul (2015); Marselha, na França (2012); Istambul, na Turquia (2009); Cidade do México, no México (2006); Kyoto, no Japão (2003); Haia, na Holanda (2000); e Marrakesh, no Marrocos (1997).

Edição: Paula Oliveira

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