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03/07/2016 às 10:15, atualizado em 06/12/2016 às 19:49
Rosane D’Aqui perdeu um filho de 22 anos em um atropelamento. Para se reerguer psicologicamente, foi acompanhada pelo Pró-Vítima, da Secretaria de Justiça e Cidadania
Todos os dias, Paulo D’Aqui chegava do trabalho por volta das 21 horas, descia em uma parada de ônibus e caminhava pouco mais de 500 metros de volta para casa no Park Way. Em 10 de dezembro de 2008, o trajeto era o mesmo, mas teve um outro desfecho. Naquela quarta-feira, Paulo sofreu um atropelamento. O motorista fugiu, e o corpo do jovem, de 22 anos, foi encontrado na manhã seguinte pelo entregador de jornal.
A notícia chegou como uma bomba para a mãe de Paulo, Rosane D’Aqui, de 61 anos, que começou a procurar pelo culpado. Um mês depois, um homem que à época tinha 46 anos confessou o crime. Na sentença, foi inocentado por falta de provas.
O caso repercutiu em 2009 com a história estampada em capas de jornais. Por causa do impacto midiático, o programa Pró-Vítima — da Subsecretaria de Proteção às Vítimas de Violência, da Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal — entrou em contato com Rosane.
O serviço dá apoio nos eixos psicológico, social e jurídico — com advogados que podem dar continuidade aos processos. Os atendimentos são individuais e gratuitos. Ainda há palestras e reuniões de grupo com outros familiares e vítimas.
Para Rosane, o programa ajudou em sua recuperação social. Ela ressalta que os encontros em grupos foram importantes para mostrar pessoas em situações parecidas. “É como ter uma profissão que ninguém mais na família tem; você quer falar sobre o assunto, trocar experiências, mas ninguém entende. Podem até imaginar, mas não sabem”, diz, em relação à perda de um dos três filhos.
O programa Pró-Vítima é de assistência multidisciplinar a vítimas de violência. No primeiro acompanhamento, um advogado, um assistente social e um psicólogo avaliam os encaminhamentos necessários. “Às vezes a situação jurídica já se resolveu. Os envolvidos foram condenados, mas a situação psicológica da vítima ou da família continua sem solução”, afirma a subsecretária de Proteção às Vítimas de Violência, da Secretaria de Justiça e Cidadania, Camila Cabral.
[Numeralha titulo_grande=”1.057″ texto=”atendimentos de janeiro a abril. Em 2015, foram 2.898″]
Além das vítimas, o programa oferece apoio aos familiares das pessoas que passaram por situações traumáticas. O Pró-Vítima atende em casos de acidente de trânsito, desaparecimento de pessoas, estupro, estupro de vulnerável (crianças), feminicídio, homicídio (tentativa também está incluído), latrocínio, Lei Maria da Penha, roubo com restrição de liberdade, sequestro e violência familiar.
Em média, são 12 sessões de atendimento psicológico. Mas, caso seja necessário, essa quantidade pode aumentar. De acordo com a subsecretária Camila, o importante é que a vítima consiga se incluir socialmente. De janeiro a abril, o programa fez 1.057 atendimentos. Em 2015, foram 2.898. A verba destinada para o programa é de R$ 20 mil, são quatro psicólogos e dois exclusivos para crianças.
Sede
Estação Rodoferroviária, Ala Central, Térreo
(61) 2104-1934 e 2104-1953
Paranoá
Quadra 5, Conjunto 3, Área Especial D, Parque de Obras
(61) 2104-1191 e 2104-1195
Guará
QELC Alpendre dos Jovens, Lúcio Costa, Guará
(61) 2104-0280 2104-0281
Ceilândia
EQNN 5/7, Área Especial C, Ceilândia Norte
(61) 2196-2704 e 2196- 2706
Edição: Paula Oliveira