04/08/2016 às 09:17, atualizado em 05/12/2016 às 18:55

Centro integrado de comando tem profissionais e tecnologia para garantir a tranquilidade na Olimpíada

Representantes de 44 órgãos dos governos local e federal trabalham de forma integrada durante 24 horas por dia

Por Saulo Araújo, da Agência Brasília

O esquema de segurança para a Olimpíada 2016 envolve 8,5 mil integrantes das forças local e nacional, que patrulham a cidade para garantir a tranquilidade durante o evento. Porém, longe dos olhos do grande público, um grupo de policiais militares e civis, bombeiros e representantes de 44 órgãos dos governos federal e do DF trabalha discretamente para evitar sobressaltos. Eles estão no Centro Integrado de Comando e Controle Regional, na sede da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social.

O esquema de segurança para a Olimpíada 2016 envolve 8,5 mil integrantes das forças local e nacional, que patrulham a cidade para garantir a tranquilidade durante o evento

O esquema de segurança para a Olimpíada 2016 envolve 8,5 mil integrantes das forças local e nacional, que patrulham a cidade para garantir a tranquilidade durante o evento. Foto: Andre Borges/Agência Brasília

O local foi inaugurado em 2013 para a Copa das Confederações, teve seu ápice na Copa do Mundo e funciona todos os dias no monitoramento de ocorrências no DF. Porém, com a Olimpíada, uma nova base foi constituída exclusivamente voltada para prevenir ou minimizar os efeitos de situações que possam atrapalhar direta ou indiretamente o evento esportivo.

Dentro do centro integrado, qualquer trajeto das delegações olímpicas ou de autoridades é estudado minuciosamente, e rotas primárias, secundárias e terciárias são traçadas a fim de garantir o deslocamento em segurança.

As equipes que trabalham em terra estão em contato permanente com o centro de controle. Só no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha e no entorno dele são 480 câmeras que alcançam até 6 quilômetros de distância. Ou seja, por meio dos equipamentos, é possível ver carros e pessoas suspeitas muito antes de se aproximarem do Mané Garrincha.

[Numeralha titulo_grande=”168″ texto=”Quantidade de cenários de situações adversas consideradas pelas forças de segurança durante a preparação dos profissionais” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

Além disso, os profissionais que trabalham no Centro Integrado de Comando e Controle Regional receberão informações em tempo real dos nove helicópteros que sobrevoarão o espaço aéreo de Brasília. A preparação das forças de segurança incluiu treinamento para atuação em 168 cenários de situações adversas possíveis. São desde pequenos contratempos, como protocolos para remover um veículo quebrado em uma rota de delegação, a atentados terroristas.

“Nossos protocolos definem até os minutos de cada ação e a atuação de cada instituição. O trabalho visa à prevenção, mas, se tivermos de agir, estamos preparados”, ressalta o secretário adjunto da Segurança Pública e da Paz Social, coronel da Polícia Militar Márcio Pereira da Silva.

O trabalho visa a prevenção, mas, se tivermos de agir, estamos preparados”, ressalta o secretário-adjunto da Segurança Pública e da Paz Social, coronel da Polícia Militar Márcio Pereira da Silva.

“O trabalho visa à prevenção, mas, se tivermos de agir, estamos preparados”, ressalta o secretário-adjunto da Segurança Pública e da Paz Social, coronel da Polícia Militar Márcio Pereira da Silva. Foto: Andre Borges/Agência Brasília

No período dos Jogos Olímpicos 2016, o comando do centro de controle ficará nas mãos da secretária da Segurança Pública e da Paz Social, Márcia de Alencar Araújo. O coordenador do centro em dias normais é o delegado José Carlos Medeiros. Pela experiência acumulada no local, ele auxilia a secretária da Segurança no gerenciamento. Medeiros explica que o monitoramento requer atenção especial para áreas de interesse operacional, que são o estádio, os hotéis que abrigam delegações e autoridades e os centros de treinamento.

O delegado Medeiros destaca que o sucesso da operação será a integração entre todos os agentes envolvidos. Foto: Andre Borges/Agência Brasília

O delegado Medeiros destaca que o sucesso da operação será a integração entre todos os agentes envolvidos. Foto: Andre Borges/Agência Brasília

Independência e poder de decisão

Todos os servidores que trabalham no Centro Integrado de Comando e Controle Regional têm poder de decisão. Ou seja, a determinação deles não precisa ser chancelada por alguém mais graduado hierarquicamente. A agente do Departamento de Trânsito (Detran) no grupo tem a prerrogativa de deslocar qualquer viatura em qualquer momento que julgar necessário ou o oficial da Polícia Militar pode solicitar revista de carros suspeitos e determinar mudança de rota de batedores. Tudo feito de forma rápida e sem intermediários.

O delegado Medeiros destaca que o sucesso da operação será a integração entre todos os agentes envolvidos. “Aqui não tem relação de subordinação, pois temos um lema: juntos, somos fortes; integrados, somos imbatíveis. Se uma linha falhar, a outra tem de estar apta a agir no menor tempo-resposta possível”.

[Olho texto=”“Juntos, somos fortes; integrados, somos imbatíveis” ” assinatura=”José Carlos Medeiros, delegado, coordenador do Centro Integrado de Comando e Controle Regional.” esquerda_direita_centro=””]

O centro não conta apenas com representantes da segurança pública. Há integrantes da Casa Civil, do Ministério das Relações Exteriores, da Vara da Infância e Juventude, da Companhia do Metropolitano do DF (Metrô-DF), do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), da Agência de Fiscalização (Agefis) e de diversos outros órgãos com ligação direta ou indireta com o evento. Eles ficam em contato permanente com o Centro Integrado de Comando e Controle, que funciona na sede da Polícia Rodoviária Federal, no Setor Policial Sul, e tem a missão de fazer a ponte com todas as capitais que recebem os jogos olímpicos. Também é onde estão concentradas as polícias internacionais.

Sala de crise

O centro ainda abriga uma sala de crise, onde um grupo reduzido de servidores se reúne para tomar decisões caso algo mais grave ocorra. Para garantir segurança plena, o acesso de todas as pessoas autorizadas a entrar no lugar é feito por meio de leitor biométrico. “É onde tomaremos as decisões mais complexas da forma mais célere e discreta possível. Queremos ser mais resolutivos sem chamar a atenção”, diz Medeiros.

Edição: Paula Oliveira