09/09/2016 às 15:26

Policiais promovem ações de proteção a grupos vulneráveis

Primeiras atividades são voltadas às pessoas surdas. Ação no SIA, na manhã desta sexta-feira (9), destacou particularidades da abordagem policial

Por Samira Pádua, da Agência Brasília

Promover melhor relacionamento entre grupos vulneráveis e policiais militares é o objetivo de uma série de atividades desenvolvidas pelo Centro de Políticas Públicas da Polícia Militar do Distrito Federal. Os surdos são o primeiro público a participar do projeto, cuja ação inicial ocorreu nesta sexta-feira (9), no Instituto Cultural, Educacional e Profissionalizante de Pessoas com Deficiência do Brasil (Icep Brasil), no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA).

No encontro, alunos da Escola Bilíngue Libras e Português Escrito de Taguatinga, intérpretes da língua brasileira de sinais (libras), representantes desse público e pessoas da comunidade puderam vivenciar e entender melhor as particularidades de uma abordagem policial.

“Toda abordagem precisa tanto da expertise do policial quanto da receptividade da pessoa que vai ser abordada”, destacou o chefe do centro, coronel Leobertino Lima Filho. “É um momento de risco para ambos e, dentro dessa lógica do policiamento comunitário, precisamos nos comunicar com a comunidade para que ela entenda a ótica do policial e possa nos ajudar”, explicou.

Com palestra, vídeos e dinâmicas, foram apresentados problemas de comunicação enfrentados no dia a dia da rotina policial e algumas recomendações, como não fazer movimentos súbitos ao ser abordado.

Uma reação comum, mas perigosa, é buscar de imediato os documentos de identificação para apresentar ao agente de segurança. “É algo muito arriscado. A gente espera disseminar essa cultura de a pessoa colocar sempre as mãos para cima e não fazer nenhum movimento brusco, porque pode dar a entender que ela vai tirar um tipo de armamento que não estamos esperando”, detalhou o chefe da Divisão de Direitos Humanos do Centro de Políticas Públicas, major Marcelo Alves. Ele esclareceu que, após levantar as mãos, haverá o momento em que a pessoa poderá se identificar, de modo que a ação ocorra de forma segura.

Luana Ribeiro, de 25 anos, foi uma das pessoas surdas que participaram do encontro. “Acho muito importante, por causa da falta de comunicação que tem entre a polícia e o surdo. Agora, com essa palestra, eu entendi perfeitamente, porque mostrou como o surdo deve agir diante do policial.”

Policiais militares apresentaram a metodologia da ação, que, em parceria com o Icep Brasil, culminará na criação de produtos como uma cartilha básica de atendimento. Haverá ainda vídeos institucionais e treinamentos. “Buscamos junto aos meios de segurança formas para desenvolver ações que viessem de encontro com o empoderamento dos surdos”, destacou o presidente do instituto, Sueide Miranda.

Edição: Marina Mercante