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15/09/2016 às 09:04, atualizado em 24/05/2017 às 10:08
A região é tema de dois dos seis longas da Mostra Brasília, no 49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. O Setor de Chácaras Santa Luzia está no documentário de Webson Dias (foto), que será exibido em 24 de setembro
Ao passear pelas ruas do Setor de Chácaras Santa Luzia, na Estrutural, o diretor Webson Dias confessa: “Eu fiz o filme para mim, porque eu queria entender o processo histórico deste lugar”. Aos 38 anos, ele exibirá no 49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro o documentário Estrutural, que aborda, sob ângulos diversos, conflitos intensos ocorridos na região administrativa.
Fruto de um trabalho de pesquisa iniciado em 2003, o longa-metragem estreia no Cine Brasília (106/107 Sul) em 24 de setembro, às 14 horas, na Mostra Brasília. Em dois dias de programação gratuita, a 21ª edição do evento reúne 12 títulos originalmente brasilienses — seis longas e seis curtas-metragens. As obras concorrem a R$ 200 mil em prêmios e ao 21º Troféu Câmara Legislativa.
“É uma mistura de interesses, manipulação, descasos e do nascimento de uma cidade”, destaca o brasiliense, que viveu no local de 1996 a 2000. Em 89 minutos de duração, o público verá fotos, vídeos, gravações atuais e material de arquivo que mostram a visão de moradores, políticos e lideranças comunitárias sobre os conflitos na região desde a década de 1960, quando a invasão começou a tomar forma. “A chegada dos moradores, que vieram para trabalhar no lixão [atual aterro controlado do Jóquei], e os embates políticos pela regularização são pontos marcantes nessa história”, ressalta.
Feito de forma independente, o filme contou com a equipe fixa de oito pessoas e com a ajuda de moradores, que ofereceram materiais de arquivo para o diretor. Graduado em publicidade desde 2005 e estudante de cinema, Dias já havia abordado a região administrativa em suas produções. Em 2012, ele concorreu na Mostra Brasília com o curta-metragem Cata(dores). “A temática é intrigante devido à quantidade de histórias que encontramos por aqui; é um lugar peculiar do DF.” O diretor reforça que o documentário apresenta pontos destoantes de forma equilibrada. “Procurei ouvir todos os envolvidos que se dispuseram a falar; o posicionamento cabe ao público, caso seja necessário”, adianta.
Em 25 de setembro, outra face da Estrutural será apresentada ao público do Cine Brasília. Tania Quaresma levará à telona Catadores de História, que mostra o cotidiano de catadores de materiais recicláveis do Brasil, inclusive aqueles que trabalham na Estrutural. A ideia nasceu de uma inquietação da diretora sobre o destino que o País pretende dar às 240 mil toneladas de lixo produzidas diariamente.
[Olho texto=”“Temos que refletir sobre o lixo. Na vida, duas coisas são certas: que um dia morreremos e que produziremos resíduos até depois da morte, com nossos restos mortais.”” assinatura=”Tania Quaresma, diretora de Catadores de História” esquerda_direita_centro=”direita”]
A produção foi filmada de 2013 a 2016 e contou com R$ 349.935,94 em recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC). Todo o processo de filmagem e montagem foi acompanhado diretamente pelos catadores, segundo Tania. “Estamos muito felizes porque eles gostaram do resultado. Esperamos que o filme seja uma ferramenta de reconhecimento ao importante trabalho que eles desenvolvem.”
Para a diretora, o documentário é uma forma de refletir sobre o lixo que geramos. “Na vida, duas coisas são certas: que um dia morreremos e que produziremos resíduos até depois da morte, com nossos restos mortais.”
No 48º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, o curta-metragem Setor Complementar, do diretor Tiago Rocha, abriu a 20ª edição da Mostra Brasília. O cineasta também participa do documentário Estrutural como montador e diretor de produção. O filme exibido no Cine Brasília em 2015 foi acompanhado por crianças moradoras da região administrativa, que também atuaram na película. Rocha explorou a reflexão sobre o transporte público e a indústria automobilística brasileira com base em uma das peculiaridades da população da Estrutural, que costuma usar bicicletas como meio de transporte.
Abre a mostra no dia 24, às 11 horas, Das raízes às pontas, de Flora Egécia, seguido por A repartição do tempo, de Santiago Dellape. Às 14 horas, serão exibidos Juraçu, do Coletivo Broa de Milho, e Estrutural, de Webson Dias. Às 16h30, o público poderá assistir ao Vesti la giubba, de Johil Carvalho, seguido por Cícero Dias – o compadre de Picasso, de Vladimir Carvalho.
O luto, de João Gabriel Caffarelli e Saulo Santos, será o primeiro filme do dia 25, às 11 horas, seguido por #Era dos gigantes, de Maurício Costa. Às 14 horas, A Festa dos encantados, de Masaroni Ohashy, e Catadores de história, de Tania Quaresma, serão apresentados no Cine Brasília. Encerram a mostra, às 16h30, as películas Rosinha, de Gui Campos, e Cora Coralina – todas as vidas, de Renato Barbieri.
Edição: Marina Mercante